Hollmentblog.
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
QUAL O SIGNIFICADO DE COMBATE À CORRUPÇÃO POR PARTE DA ELITE DAS
CLASSES DOMINANTES BRASILEIRAS? OU 'A GOEBBELS NEWS IMPERA TAMBÉM SOBRE A
IMPRENSA ESCRITA BRASILEIRA.
21 de agosto de 2015
Há cerca de dois ou três meses
atrás, por uma observação feita por meu filho Rodrigo, voltei a ler, ainda que
intelectualmente nauseado, e a comprar as diversas publicações da ala
Goebbels News da imprensa escrita brasileira, como as revistas VEJA, da
Editora Abril, ISTO É, da Editora Três, ÉPOCA, da própria Editora Goebbels -
desculpem-me - Editora Globo, além da CARTA CAPITAL, da Editora Confiança, de
Mino Carta, a única revista que mantinha - e mantém - a meu ver, uma
postura séria dentro do quadro medíocre e "dinheirista" da imprensa
quase "marron" brasileira.
Para entender que esse quadro dos meios de
comunicação no Brasil não são exclusivos deste país, li, e recomendo a leitura,
do último romance de Umberto Eco, "Zero Hora" bastante elucidativo do
que ocorre na mídia de outros países.
Não copiamos da Península Itálica, apenas
as Operações do tipo "Mani Pulite" mas também a escola de
comunicações do ex primeiro ministro italiano, Berlusconi, com toda sua vocação
de retomar, do ponto de vista da Farsa, o que Benito Mussolini representou do
ponto de vista da tragédia, ainda que em ambos os casos misturaram-se e
misturam-se Tragédia e Farsa.
É sempre interessante lembrarmos que Berlusconi
surge no cenário político da Itália como consequência imediata das Operações
realizadas pelo Judiciário Italiano nos processos - legítimos e necessários -
de combate à corrupção pública e ao entrelaçamento desta ao mundo empresarial
privado.
É claro que tenho esperança que a Itália
nos sirva de referencial para que a anti corrupção não descambe para as farsas
de direita que a todo momento estão à espreita, como hienas diante do cadáver
da caça dos leões. O atual presidente da Câmara de Deputados, deputado federal
Eduardo Cunha que não nos deixe mentir...
Mas é exatamente em função desse quadro do
território de um dos, senão o mais importante berço da denominada Civilização
Ocidental, a velha Roma e a Itália, que parece importante refletirmos - em conjunto
- com o duplo título do presente texto.
No início desta semana, li com pouca
vontade mas com muito interesse, entrevista realizada por Ludmila Amaral
com a – no dizer da própria entrevistadora – “Socialite que se transformou em
militante de carteirinha, Rosângela Lyra” a qual, de acordo com a entrevista
publicada pela Revista Isto É de 19 de
agosto de 2015, “erguerá a bandeira do combate à corrupção no domingo 16 (de
agosto) “ no qual ocorreria a grande manifestação da direita brasileira contra
o mandato legal e legítimo da Presidenta Dilma Rousseff, visando um simples e
rápido golpe de estado, comandado pelo pupilo predileto atual do ex presidente
da República Fernando Henrique Cardoso, o candidato derrotado nas urnas na
eleição presidencial de 2014, Senador Aécio Neves.
Rosângela Lyra tem, certamente, uma biografia que lhe garante ser
uma representante de primeira linha da elite da classe dominante brasileira. De
acordo com a entrevista, a “socialite” foi, durante quase três décadas, a
representante da Maison Dior no Brasil.
Esse fato lembrou-me um antigo e – como espera a elite da classe
dominante brasileira – episódio a ser esquecido referente ao chamado “Escândalo
da DASLU” que envolveu o atual governador de São Paulo e ex candidato a
presidência da República Geraldo Alckmin e membros de sua família, como atesta
Altamiro Borges em seu blog http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=372
o
qual afirma, em texto postado no dia 13
de outubro de 2006, intitulado “A filha de Alckmin e o
contrabando na DASLU” que:
“Talvez por sua formação puritana no Opus Dei, o candidato Geraldo Alckmin gosta de se fingir de casto e imaculado. No debate da TV Bandeirantes, ele fez questão de se mostrar “indignado” com a corrupção e criticou o fato de o presidente Lula repetir que “não sabia” dos desvios de conduta no seu governo. “É só perguntar aos seus amigos de 30 anos”, alfinetou o falso moralista num momento de cólera bem ensaiado.
Mas, para ser conseqüente e manter as aparências, Alckmin deveria ter se desculpado em público por ter cortado a fita de inauguração da Daslu, templo de consumo dos ricaços, hoje processada por contrabando, sonegação fiscal e outras crimes. “Eu não sabia”, deveria ter tido. Também poderia pedir desculpas por sua filha, Sophia Alckmin, ter sido gerente de compras nesta loja de contrabandistas. “Eu não sabia”. E ainda deveria explicar porque os diretores da Daslu, sempre acompanhados de sua filha, reuniram-se com o secretário da Fazenda do seu governo, Eduardo Guardia. “Eu não sabia”. Entre uma pregação do Opus Dei e sua agenda de governador, talvez não tenha tido tempo para acompanhar os negócios de sua filha! “
“Talvez por sua formação puritana no Opus Dei, o candidato Geraldo Alckmin gosta de se fingir de casto e imaculado. No debate da TV Bandeirantes, ele fez questão de se mostrar “indignado” com a corrupção e criticou o fato de o presidente Lula repetir que “não sabia” dos desvios de conduta no seu governo. “É só perguntar aos seus amigos de 30 anos”, alfinetou o falso moralista num momento de cólera bem ensaiado.
Mas, para ser conseqüente e manter as aparências, Alckmin deveria ter se desculpado em público por ter cortado a fita de inauguração da Daslu, templo de consumo dos ricaços, hoje processada por contrabando, sonegação fiscal e outras crimes. “Eu não sabia”, deveria ter tido. Também poderia pedir desculpas por sua filha, Sophia Alckmin, ter sido gerente de compras nesta loja de contrabandistas. “Eu não sabia”. E ainda deveria explicar porque os diretores da Daslu, sempre acompanhados de sua filha, reuniram-se com o secretário da Fazenda do seu governo, Eduardo Guardia. “Eu não sabia”. Entre uma pregação do Opus Dei e sua agenda de governador, talvez não tenha tido tempo para acompanhar os negócios de sua filha! “
Nesse episódio, de
acordo ainda com Altamiro Borges,
“ A asquerosa revista Veja
chegou a afirmar que a ação da PF era uma jogada do governo Lula para abafar a
crise política. O senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, criticou o
“revanchismo”. Já o coronel Antônio Carlos Magalhães, assíduo frequentador da
loja, chorou ao falar ao telefone com a contraventora detida por algumas horas.
E a poderosa Federação das Indústrias de São Paulo convocou um ato de repúdio.
O líder do PSDB, deputado Alberto Goldman, foi quem explicitou a forma de agir da burguesia. Para ele, “essa prisão pode gerar uma crise econômica. O empresário vai dizer: para que vou investir no Brasil se posso ser preso?”. Ou seja: na concepção tucana, só quem pode ser preso no país é o ladrão de galinha! O empresário que sonega imposto, remete ilegalmente dinheiro ao exterior ou comete outros crimes não pode ser tocado e ainda conta com a ajuda de certos políticos – que depois serão recompensados nas suas campanhas. O escândalo da DASLU explicitou que a corrupção é regra no mundo dos negócios capitalistas”.
O líder do PSDB, deputado Alberto Goldman, foi quem explicitou a forma de agir da burguesia. Para ele, “essa prisão pode gerar uma crise econômica. O empresário vai dizer: para que vou investir no Brasil se posso ser preso?”. Ou seja: na concepção tucana, só quem pode ser preso no país é o ladrão de galinha! O empresário que sonega imposto, remete ilegalmente dinheiro ao exterior ou comete outros crimes não pode ser tocado e ainda conta com a ajuda de certos políticos – que depois serão recompensados nas suas campanhas. O escândalo da DASLU explicitou que a corrupção é regra no mundo dos negócios capitalistas”.
Retomando a entrevista de Rosângela Lyra, a entrevistadora
observa que “a socialite, que é mãe da Carol Celico, ex mulher do jogador Kaká”
é hoje a “presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins e personifica o
militante que irá as ruas para protestar contra o governo no dia 16 (de agosto
de 2015).
Rosângela Lyra, de acordo com a entrevistadora, começou a sde
envolver com política na década de 1980, quando trabalhou na PAULISTUR, agência
de turismo administrada pelo governo de São Paulo. “Mas foi em 2005, ano da
eclosão do mensalão, que ela resolveu tirar o salto e juntar-se ao povo (sic)”.
Ao ser questionada sobre qual o objetivo pessoal com a manifestação do
dia 16, responde Rosângela Lyra que quer uma nova etapa para o Brasil. E segue
afirmando que “acabar de vez com a corrupção nós não vamos, mas a gente não
pode deixar prosperar um sistema onde a corrupção é quem manda”.
Esta é uma forma exemplar de como a elite da classe dominante
lida com a questão da corrupção. Esta faz parte da natureza humana. Como
humanos são apenas elas e eles, representantes da elite da classe dominante,
não há o que fazer.
O que não é possível é conviver com a corrupção que pode
emanar da senzala. Quando está nos limites da Casa Grande, tudo bem – o caso
DASLU é emblemático – mas não ultrapasse tais limites.
Ao final da entrevista observa a entrevistada que “Precisamos
de uma reforma política. Para mim, o voto distrital puro seria o ideal, Porque
se um dos males da corrupção é a campanha, vamos baratear a campanha. Para mim –
observa Rosângela – o pior de tudo é a intervenção do Estado no mercado, no
nosso dia a dia. Eu defendo um Estado mais liberal e menos participativo. O
modelo ideal é o americano. A gente copia tanta coisa deles, por que não copiar
algo que está funcionando?”
Os bancos norte americanos que digam o que ocorreria aos
banqueiros se o Estado norte americano não assumisse os débitos criados pelas “Bolhas”
da crise de 2008 no “Paraíso Perdido ou Encontrado há séculos” pela elite
subalterna da classe dominante brasileira, a qual Rosângela Lyra é certamente uma efetiva representante...
A” RELES PUBLICA” DE FERNANDO
HENRIQUE CARDOSO (dezembro de 2012).
NB: Não há
erro de citação. Ao intitular o presente texto de “RELES PUBLICA” pretendi
dizer exatamente isto.
"Uma
coisa é o governo, a coisa pública, outra coisa é a família. A confusão entre
seu interesse de família ou seu interesse pessoal com o interesse público leva
à corrupção e é o cupim da democracia." (in Folha de São Paulo de 30 de novembro de 2012, no
artigo “FHC acusa Lula de confundir interesses públicos e
privados” assinado por Daniela Lima de São Paulo)
Se esta
frase não tivesse sido dita pelo ex - presidente Fernando Henrique Cardoso,
creio que certamente todos aqueles que acreditamos podermos contribuir para a
construção de uma sociedade democrática,
igualitária e social, cultural e economicamente desenvolvida no Brasil
estaríamos assinando em baixo. Sendo, porém, FHC quem o diz, não nos é possível
fazê-lo, uma vez que além de plena de veneno – que o sociólogo que pediu a
todos que esquecêssemos o que escreveu antes de ser eleito presidente da
República em 1994 – é de um cinismo e de uma amnésia voluntária atroz, própria
de um político oligárquico, conservador e sedento de poder, o qual o galgou
pisando sobre a cabeça de muitos e roubando ideias e políticas geradas por
outros, como sempre o fez Fernando Henrique Cardoso.
Vamos
relembrar alguns episódios ocorridos – talvez por coincidências históricas – no
decorrer de seus dois mandatos – 1995 – 2002.
1. Episódio Um: A
Fazenda de Buriti, MST, Forças Armadas e Aeroporto da Construtora Camargo Correa
A ISTO É –
em sua Edição: 1559 de 18 Agosto de 1999 publica artigo assinado por Mino
Pedrosa, intitulado “Dona de fazenda vizinha à de FHC, a Camargo
Corrêa construiu em 1995 aeroporto que é usado sobretudo pela família do
presidente”
Afirma o autor da reportagem que “o presidente Fernando Henrique Cardoso
tem um vizinho no município mineiro de Buritis que todo fazendeiro gostaria de
ter. Em vez de avançar a cerca sobre a propriedade alheia, como de hábito no
meio rural, a construtora Camargo Corrêa mantém sempre aberta a porteira que
separa sua fazenda da gleba presidencial. Quem também mora por ali está acostumado
a ver um intenso movimento entre as duas propriedades: pessoas saindo da
fazenda Córrego da Ponte, de FHC, entrando na Pontezinha, da Camargo Corrêa, e
voltando à Córrego da Ponte. A atração na Pontezinha é uma ampla pista de pouso
que costuma receber mais aviões tripulados pela corte do presidente do que
jatinhos de uma das maiores empresas do País. "Nunca vi avião nenhum da
Camargo Corrêa pousando ali. Mas da família de Fernando Henrique não pára de
descer gente", conta o fazendeiro Celito Kock, vizinho de ambos e atento
observador do trânsito aéreo na região. A pista particular tem 1.300 metros de
comprimento e 20 metros de largura, asfaltados numa grande área descampada. Um
estacionamento com capacidade para 20 pequenas aeronaves completa o aeródromo.A pista, avaliada em R$ 600 mil, começou a ser construída no dia 1º de julho de 1995 e foi concluída em 30 de setembro daquele ano. Apesar de ter os equipamentos necessários para a obra, a Camargo Corrêa encomendou o serviço à Tercon – Terraplanagem e Construções, numa autêntica troca de gentilezas. Meses antes, a Tercon havia conseguido um bom negócio ao ser contratada pela Camargo Corrêa para fazer a ampliação do Aeroporto Internacional de Brasília – empreitada que só terminou anos depois. Com isso, não se furtaria a retribuir o favor. O registro oficial da pista no Departamento de Aviação Civil (DAC) foi feito no dia 23 de outubro de 1995, com a publicação da portaria 175/EM3. Está autorizada a receber aviões do tipo Bandeirantes e Lear-Jets. O engenheiro responsável pela obra, Marcelo Ávidos, elogia a qualidade da pista, discorda das restrições de pouso impostas pela Infraero e garante que o aeródromo está preparado para grandes aeronaves. "Até um Boeing 737 pode aterrissar ali", atesta Ávidos. A fazenda Pontezinha é de propriedade da Agropecuária Jauense, uma subsidiária da Camargo Corrêa, que produz ali milho, feijão e soja. Procurado por ISTOÉ, o diretor administrativo da Jauense, Dorivaldo Ferreira, não foi localizado na semana passada, apesar de haver sido destacado pela empresa para tratar do assunto.
Na região próxima à fazenda do presidente, em Buritis, não há vizinho satisfeito com a presença de FHC por ali. A briga com o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, vem fazendo com que a Secretaria de Transportes do Estado trate com indiferença as esburacadas rodovias que ligam o município aos principais centros de Minas e Goiás. "Essa rixa só nos prejudica. E, além disso, o presidente não ajuda o município para não ser criticado", reclama o secretário de Administração de Buritis, Antônio Eustáquio Caetano.
Dois habitués na pista da Pontezinha são Luciana Cardoso, filha do presidente, e seu marido, Getúlio Vaz, que vão à fazenda de Fernando Henrique sempre que podem. A assessoria de imprensa da Presidência da República informou que FHC usou apenas uma vez a pista da Camargo Corrêa, num dia em que estava difícil voar de helicóptero. Mas confirmou a utilização da pista pelos familiares do presidente. O próprio Fernando Henrique tem ido cada vez menos à propriedade. Quando ainda era senador, ia com muita frequência de Brasília a Buritis, enfrentando de carro 180 quilômetros de estrada esburacada. Tempos em que a fazenda vivia cheia de amigos. As visitas só diminuíram depois que Ruth Cardoso visitou pela primeira vez o local. Ao entrar na casa-grande, a primeira-dama se surpreendeu com um par de botas femininas, para montaria, e um chicote guardados de forma descuidada num dos quartos. A inevitável crise de ciúmes encerrou a temporada de festas.
2
Episódio Dois – As Fraudes da Família
Magalhães Pinto no Banco Nacional
Quando
iniciei a análise das oligarquias representadas pelos nossos políticos
tradicionais brasileiros, (ver Facebook “Cesar Nascimento” e no www. blogoller.
com) não destaquei as relações familiares de FHC com, nada mais nada menos do
que o iniciador, por parte dos políticos civis brasileiros, do golpe de 1 de
abril de 1964, que inaugurou a ditadura que assolou o país entre 1964 e 1985, o
então governador de Minas Gerais, o político udenista Magalhães Pinto.
Sua filha, Ana Lúcia Magalhães Pinto
casou-se com o filho de FHC, Paulo Henrique Cardoso, o qual, deste modo,
tornava-se genro de Magalhães Pinto, principal acionista do Banco Nacional S.A.
De acordo com a Wikipedia, fonte sempre fácil de ser acessada na Internet, o
político conservador José Magalhães Pinto, multiplicou a sua fortuna após o
golpe de 1964, incorporando ao banco que fundara em 1944 (Banco Nacional de
Minas Gerais) mais seis instituições
bancárias, criando o Banco Nacional S/A, com sede em Belo Horizonte.
Como bom membro do extinto partido da
União Democrática Nacional, a UDN, Magalhães Pinto mantinha a postura de
probidade e seriedade na política e nos negócios, quando, de fato, a realidade
era bem outra. Mestre de figuras de proa da atual oposição brasileira, com o
PSDB de Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Sérgio Guerra, Aécio Neves da
Cunha e o DEM de Antônio Carlos Magalhães Neto, do ex senador cassado
Demostenes Torres, de Cesar Maia entre outras vestais desta nossa pobre Res
Pública brasileira, durante os seus últimos dez anos de vida, entre 1986 e
1996, José de Magalhães Pinto, sogro do filho de FHC, Paulo Henrique, e seus
filhos Eduardo, Fernando e Marcos de Magalhães Pinto, fraudaram o Banco Central
assim como “como milhões de correntistas que delegavam ao
Nacional a administração de seu patrimônio financeiro.
O banco, segundo a revista Isto É de 16 de agosto de 1999 foi
à lona quando sofreu (em novembro de 1996, meses após a morte do patriarca José
de Magalhães Pinto, intervenção do Banco
Central. Deixou um rombo de R$ 10 bilhões, quase metade do orçamento anual do
Ministério da Saúde, que este ano (1999) foi R$ 19,5 bilhões.”
Segue a reportagem de
ISTO É, “esse buraco foi coberto com recursos públicos do Proer - Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema
Financeiro Nacional criado pelo governo
FHC por meio da Medida Provisória (MP) número 1.179, de 4 de novembro de 1995 l para salvar os bancos em dificuldades.
Rapidamente, no caso do Banco Nacional, apesar das evidentes provas de fraude
que o Banco Central constatava, o governo FHC ia em socorro do patrimônio da
família de, à época, sua nora. No ano seguinte, o filho de FHC, Paulo Henrique,
separa-se de Ana Lúcia Magalhães Pinto.
É
interessante que na mesma edição de ISTO É, aponta-se que “Ana Lúcia Catão de Magalhães Pinto, foi
a única entre as pessoas acusadas pelo Ministério Público Federal, do Rio, a
obter, ainda no início do processo, um habeas-corpus livrando-a do processo
judicial do Caso Nacional. No período em que esteve na lista dos réus, a
ex-nora do presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu um tratamento de causar
inveja aos outros acusados. Na única vez em que depôs na Polícia Federal, Ana
Lúcia foi tratada com pompa e circunstância. No final do depoimento, o delegado
Jairo Kulman permitiu que ela saísse por uma porta secreta. A regalia não foi
concedida a nenhum dos outros acusados.
Como bem afirma o ex presidente Fernando Henrique Cardoso em 30 de
novembro de 2012,
“A confusão entre seu interesse de
família ou seu interesse pessoal com o interesse público leva à corrupção e é o
cupim da democracia"
o que a lembrança de 1996 do
caso do Banco Nacional bem o atesta.
Mas não se pode ficar em um
único caso de “coincidências históricas”.
3.
Episódio Três – O “empresário”
Paulo Henrique Cardoso
O filho mais
velho de Fernando Henrique Cardoso, além de ter sido casado com Ana Lúcia Catão
de Magalhães Pinto, participou de uma série de “empreendimentos” dentre os
quais sua ligação com a família Magalhães Pinto não foi exceção.
De acordo
com a ISTO É, em artigo intitulado “As
andanças do filho do presidente” escrito
pela jornalista Cláudia Carneiro, http://www.terra.com.br/istoegente/35/reportagens/rep_phc.htm
após sua separação de Ana Lúcia em 1997, Paulo
Henrique Cardoso assumiu a direção geral de uma publicação trimestral “Brasil
Sempre” produzida e editada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), organização não-governamental carioca
ligada a 55 grupos empresariais e que tem como objetivo discutir problemas
relacionados ao meio ambiente e à atuação das empresas brasileiras num mundo
globalizado.
Mais pomposo
que o nome do Conselho é a lista dos conselheiros editoriais da revista, que
mais parece a relação dos representantes do Produto Interno Bruto (PIB)
nacional.
O
CEBDS foi registrado no dia 5 de março de 1997 por 28 líderes empresariais
brasileiros, como Antônio Ermínio de Moraes,
Benjamin Steinbruch, Eliezer Batista, José Roberto Marinho, Joel Rennó, Jorge
Gerdau e Rafael de Almeida Magalhães, com os objetivos de articular a cooperação entre a
comunidade empresarial, os governos e a sociedade civil; promover programas educacionais e de
capacitação para divulgação dos princípios do desenvolvimento
sustentável; e executar projetos e estudos
de casos que ilustrem e estimulem o desenvolvimento
sustentável. Desde sua criação, o Conselho é vinculado ao World Business Council for Sustainable
Development (WBCSD). “O Paulo Henrique custa pouco
para nós”, afirma Félix de Bulhões, presidente do CEBDS.
O mais velho dos três filhos do presidente também trabalhou como
conselheiro de algumas empresas. Atilano de Oms Sobrinho, presidente da Inepar
– Indústrias Elétricas do Paraná Ltda., convidou-o há dois anos a fazer parte
do Conselho de Desenvolvimento Estratégico da empresa, ao lado de nomes
notórios como os ex-ministros Aureliano Chaves, Rafael de Almeida Magalhães e Eliezer
Batista.
Mas Paulo Henrique já foi alvo de especulações
sobre influências paralelas na economia nacional. Concessionária de serviços na
área de energia elétrica, há um mês a Inepar foi a beneficiária de uma decisão
do governo que causou perplexidade no mercado. Em 24 de fevereiro, a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revogou a licitação pública para concessão
da linha de transmissão de energia Tucuruí-Vila do Conde, no Pará. Um mês
antes, a Inepar havia perdido a concorrência para o consórcio das empresas
Schahin/Alusa.
A Aneel alegou “pioneirismo” da licitação e excesso de recursos ingressados pelos dois consórcios, o que prejudicaria o andamento da obra. A Schahin recorreu à Justiça. “Não sabemos dizer por que a Aneel tomou essa decisão, nossa proposta era a melhor e fomos pegos de surpresa”, afirmou o diretor jurídico da Schahin, Rinaldo Zangirolami. Um alto funcionário da empresa jogou mais lenha na fogueira. “Tivemos informação de que a concorrente contou com ajuda de interlocutores influentes no governo, como Paulo Henrique Cardoso”, disse ele, que não quis se identificar.
“Ter o filho do presidente da República como representante de uma empresa é um lobby maravilhoso”, comenta um parlamentar com negócios na área de construção civil. “Jamais fui lobista e acho inacreditável essa discussão”, irrita-se Paulo Henrique. “É evidente que um empresário do porte de Atilano não precisaria de uma pessoa como eu para chegar ao governo”, completa o primeiro filho.
A Aneel alegou “pioneirismo” da licitação e excesso de recursos ingressados pelos dois consórcios, o que prejudicaria o andamento da obra. A Schahin recorreu à Justiça. “Não sabemos dizer por que a Aneel tomou essa decisão, nossa proposta era a melhor e fomos pegos de surpresa”, afirmou o diretor jurídico da Schahin, Rinaldo Zangirolami. Um alto funcionário da empresa jogou mais lenha na fogueira. “Tivemos informação de que a concorrente contou com ajuda de interlocutores influentes no governo, como Paulo Henrique Cardoso”, disse ele, que não quis se identificar.
“Ter o filho do presidente da República como representante de uma empresa é um lobby maravilhoso”, comenta um parlamentar com negócios na área de construção civil. “Jamais fui lobista e acho inacreditável essa discussão”, irrita-se Paulo Henrique. “É evidente que um empresário do porte de Atilano não precisaria de uma pessoa como eu para chegar ao governo”, completa o primeiro filho.
De acordo com o site “Tudo-em-cima”,
em artigo intitulado, “Empresa de filho
de FHC fica sob o mesmo teto de empresas de fachada de Ricardo Sérgio e
Veronica Serra” (15 de dezembro de 2011)
http://tudo-em-cima.blogspot.com.br/2011/12/empresa-de-filho-de-fhc-fica-sob-o.html “ o filho de Fernando Henrique, Paulo Henrique
Cardoso, é dono de 98,6% das ações da Radio Holdings AS, que tem um capital
social de 10 mil reais. Recentemente esta “pequena” empresa fez uma estranha
aquisição milionária. Comprou por R$ 2,98 milhões – 300 vezes seu capital
social – a Rádio Itapema FM, que pertenceu ao grupo Manchete e ao RBS. O
negócio fez de Paulo Henrique sócio majoritário (provável laranja) da Walt Disney
Company, sob o nome de ABC Venture Corp, localizada no endereço nos estúdios de
Burbank, na Califórnia.
Segundo,
ainda,
“Em 2000, dois anos antes de deixar o poder,
FHC autorizou financiamento do seu governo à empresa do próprio filho, Paulo
Henrique Cardoso, para montar o pavilhão brasileiro na Expo 2000 na Alemanha,
na cidade de Hannover. Foram doados pelo governo federal, então, 14 milhões de
reais. O Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal chiaram,
inclusive. A imprensa, porém, deu algumas raras reportagens sobre o caso e
nunca mais tocou no assunto, sobretudo depois que FHC deixou o poder.”
“A confusão entre seu interesse de
família ou seu interesse pessoal com o interesse público leva à corrupção e é o
cupim da democracia"
4.
Episódio quatro – Luciana Cardoso,
funcionária fantasma do Senado Federal
Coluna
de Mônica Bergamo, na "Folha", edição de 27 de março de 2009 ,
revela que Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,
trabalha de casa para o senador
Heráclito Fortes (DEM-PI). Ela faz trabalhos pessoais para o senador a
distância porque, como disse, "o Senado é uma bagunça". Em carta ao senador, divulgada em 28.04.2009
no blog do Josias, um mês depois de o caso ter se tornado público, Luciana
pediu afastamento da função. Ela escreve: "Não quero que pairem dúvidas
sobre seus propósitos nem sobre minha conduta". Seu salário era de
aproximadamente R$ 7,6 mil desde 2003.
Há no TCU uma representação em que o representante do Ministério Público no Tribunal, , pede a devolução ao Senado do dinheiro recebido por Luciana
Há no TCU uma representação em que o representante do Ministério Público no Tribunal, , pede a devolução ao Senado do dinheiro recebido por Luciana
Afirma a
filha de Fernando Henrique Cardoso, segundo o mesmo artigo da Folha de São
Paulo: "Trabalho mais em casa, na casa do senador. Como faço coisas
particulares e aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de
vez em quando. Você já entrou no gabinete do senador? Cabe não, meu filho! É um
trem mínimo e a bagunça, eterna. Trabalham lá milhões de pessoas. Mas se o
senador ligar agora e falar 'vem aqui', eu vou lá". Luciana ainda falou das
horas extras em janeiro, durante o recesso. "Não sei te dizer se eu recebi
em janeiro, se não recebi em janeiro. Normalmente, quando o gabinete recebe, eu
recebo. Acho que o gabinete recebeu. Se o senador mandar, devolvo [o dinheiro].
Quem manda pra mim é o senador."
FOLHA – E o que ele te pediu nesta semana?
LUCIANA – “Você não acha que eu vou te contar o que eu estou fazendo para o senador! Pensa bem, que eu não nasci ontem! Preste bem atenção: se eu estou te dizendo que são coisas particulares, que eu nem faço lá porque não é pra ficar na boca de todo mundo, eu vou te contar?
O site http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2009/05/stj-mantem-suspensa-nomeacao-da-filha.html
publica
em 30 de maio de 2009 artigo intitulado “STJ mantém suspensa
nomeação da filha de FHC” no qual noticia que “Por
unanimidade, a segunda turma do STF (Superior Tribunal de Justiça) rejeitou
ontem os recursos de Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, e de Eduardo Jorge, ex-secretário-geral da Presidência da República, e
com isso manteve a decisão anterior, do TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª
Região), que suspende a nomeação de Luciana Cardoso para cargo em comissão na
Presidência.
O então secretário-geral Eduardo Jorge contratou Luciana Cardoso em 1995 para cargo comissionado no Gabinete da Secretaria-Geral da República. Uma ação popular foi movida para anular a portaria que a nomeara, bem como condená-la "à devolução das parcelas porventura pagas pelos cofres públicos".
No STJ, Luciana alegou que o ato de nomeação foi legal, pois foi feito por autoridade competente e não haveria vínculo direto de parentesco com Luciana. A defesa da filha de FHC também alegou que a ação teria um claro cunho de perseguição política, já que a ação popular foi iniciada por integrantes do diretório do PT (Partido dos Trabalhadores).
O então secretário-geral Eduardo Jorge contratou Luciana Cardoso em 1995 para cargo comissionado no Gabinete da Secretaria-Geral da República. Uma ação popular foi movida para anular a portaria que a nomeara, bem como condená-la "à devolução das parcelas porventura pagas pelos cofres públicos".
No STJ, Luciana alegou que o ato de nomeação foi legal, pois foi feito por autoridade competente e não haveria vínculo direto de parentesco com Luciana. A defesa da filha de FHC também alegou que a ação teria um claro cunho de perseguição política, já que a ação popular foi iniciada por integrantes do diretório do PT (Partido dos Trabalhadores).
Na sua decisão, entretanto, a ministra Eliana Calmon
considerou que a decisão do TRF1 analisou a questão do ponto de vista
constitucional, razão pela qual o processo não poderia ser conhecido quanto ao
mérito no STJ. Calmon citou o seguinte trecho da decisão anterior: "Já que
agride abertamente a moralidade o Presidente da República nomear sua própria
filha Secretária Geral, busca-se disfarçadamente, nomeá-la de forma oblíqua sob
o manto da condição de Secretária Adjunta".
“A confusão entre seu interesse de família ou seu interesse pessoal com o interesse público leva à corrupção e é o cupim da democracia"
PS No decorrer do ano de 2014, se bem me lembro, o atual pupilo dileto de FHC, Aécio Neves, esteve envolvido em caso semelhante, só que agora com dinheiro do governo do Estado de Minas Gerais, ao construir um campo de pouso dentro de uma propriedade de um de seus tios. Como se vê o cupim da democracia corre solto...
CONVERSAÇÕES PELO WHATSAPP
20 de Julho de 2015
Dia do Amigo
ENVIADO POR MINHA QUERIDA PRIMA CÉLIA
"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra
metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter
brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara
lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua
maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são
todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem
choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte
de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos
adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças,
para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca
tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e
santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a
normalidade é uma ilusão imbecil e estéril."
(Fernando Pessoa)
CONVERSAÇÕES PELO WHATSAPP
SOBRE A GOEBBELS NEWS, O PRÊMIO "SUBALTERNIDADE BRASILEIRA" E FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
16 de agosto de 2015
A movimentação de hoje, que de acordo com a Goebbels News e
a oposição, iria mudar os rumos do país,
não
passou de uma passeatazinha pífia.
Só a Goebbels News é que já
derrubou o governo e vai criar o
Brasil a sua - Goebbels News - imagem
e semelhança. Se isso fosse real
eu ia para o Butão. ..
Para entender-se bem quem é quem nesse momento no Brasil não
são os chamamentos para o retorno à ditadura militar o que mais me impressionou
mas, sim, a proposta de uma volta à monarquia. Certamente quem a propõe tem em mente a
restauração da escravidão não acha?
Creio que seria interessante que a Goebbels News assumisse
essas propostas. ..
Claro que não podemos esquecer que se isto vem ocorrendo
hoje deve-se, em muito, a um processo constante na História das classes
populares: organizam - se como movimentos, tomam consciência que se não
disputarem o poder não transformam a sociedade e sua situação econômica, social, cultural.
Articulam - se em partidos, passam a disputar o governo e
começam a governar transformando. A partir de certo momento, passam a disputar
o poder para manterem - se no poder. Daí
para usar o poder para que as direções partidárias passem a usá -lo para benefício próprio é um pulinho. Infelizmente isso valeu em toda a História das classes subalternas:
foi assim na revolução francesa, na
russa, na chinesa e não pode deixar de ocorrer no nosso Brasil...
História que, contudo, não justifica o que estamos vivendo
desde 2005 - não esqueça que Joseph
Dirceu é acusado desde lá. ..
Com o Lula já se tinha esse ovo de serpente mas a
inteligência do governo controlou. Ao assumir Dilma, desde o primeiro dos seus governos, a repetição histórica tornou -se inevitável.
17 de agosto de 2015
Sobre a fala de Fernando Henrique Cardoso na qual declara que o 'povo' considera o governo Dilma
ilegítimo e que ela deveria ter a 'grandeza' de renunciar vou postar um texto
que escrevi há algum tempo atrás no qual compilei algumas das muitas estrepolias de FHC. ..
Antes de fechar - me
para reforma nós, esquerda democrática, anti barbárie e pela civilização
tínhamos uma preponderância nas redes sociais que começamos a perder para uma direita anti - democrática, bárbara
e preconceituosa, parte por culpa das
imbecilidades que a direção do PT e o
grupo palaciano do governo Dilma
desenvolveram e parte pelo "troco
" que o Império do Norte quer dar
pelo "atrevimento " que um dos seus quintais - o Brasil de Lula e do PT teve em confrontar- se com ele e essa corja conhecida como elite da classe
dominante brasileira, FHC e PSDB à
frente, respaldada pelos senhores banqueiros - Itaú e Bradesco à frente e a
Goebbels News e o capacho da mídia a reboque.
Lembro-me de algumas fotos que, para mim, são emblemáticas desse
processo de subalternidade: uma de FHC tendo atrás dele Bill Clinton todo
sorridente, como irmão mais velho dirigindo o irmão caçula e outro,
infelizmente mais recente, de Barack Obama caminhando com nossa presidenta
Dilma Rousseff pelo corredor da Casa Branca, com um braço em suas costas, quase
que em uma ação de proteção.
Por este tipo de comportamento é que uma das coisas que mais
me irritam é a propaganda da Petrobras e da Caixa Econômica Federal na Goebbels
News.
Estou aguentando, bravamente, assistir há duas semanas seguidas as apresentações da Goebbels News de
manhã, de tarde e de noite sem vomitar
fisicamente, apenas intelectualmente.
Duas coisas principais me impressionam, não pelo fato, totalmente previsível, mas pelo absoluto descaramento de todos os
seus apresentadores. Os indigitados, tem verdadeiros orgasmos quando noticiam
os piores índices da economia, a piora
da crise política, os avanços da Lava
Jato e cia.
Ontem, por exemplo, não conseguiam aguentar o fato das
manifestações não terem sido aquilo que teriam querido que tivesse sido mas, apesar
das evidências das imagens a
fala fazia jus à sua formação
Goebbelsiana. ..
Até a eleição do FHC,
o prêmio “Subalternidade Brasileira” era do General Juracy "o que é bom para os Estados Unidos é bom para o
Brasil" Magalhães que lança a pérola quando Ministro das Relações
Exteriores de Castello Branco, o ditador número 1.Juracy tornou - se, depois, governador
da Bahia e criou bem seus descendentes, hoje lideranças do PSDB baiano como o deputado federal Jutaí Magalhães.
A partir do governo
FHC o prêmio "Subalternidade
Brasileira" foi dividido entre o FHC, sempre lambendo o Clinton e o seu -
do próprio FHC- Ministro da Fazenda Pedro
Malan que se sujeita a ser
revistado pelos meganhas do aeroporto de Washington. Como prêmio "hors concours " da
"Subalternidade Brasileira " coube a
então "primeira dama" Ruth Cardoso que se verga
diante da rainha Elizabeth da Inglaterra quando em viagem oficial do
presidente Fernando Henrique Cardoso e
ela à Inglaterra. Durante o governo Lula
e parte do primeiro governo Dilma Rousseff o prêmio "Subalternidade
Brasileira" tornou - se coletivo para as classes médias altas que invadem
Miami sentindo - se no melhor dos mundos,
invadindo com dólares a economia norte americana.
Agora, não há dúvida:
o prêmio "Subalternidade Brasileira
" encontra - se nas mãos - quiçá garras - da equipe de jornalistas
apresentadores da Goebbels News. Claro que o prêmio coletivo da Subalternidade Brasileira continua com o pessoal do PSDB e com a Classe média alta brasileira.
19 de agosto de 2015
A fala de FHC de segunda feira sobre a "grandeza "
da renúncia da presidenta Dilma Rousseff me fez entender muitos dos atos da
vida política do próprio FHC.
Entendi, por
exemplo, porque ele usurpou do
presidente Itamar Franco a autoria do Plano Real, do porquê corrompeu parte do Congresso Nacional
para garantir sua reeleição ao invés de fazer o que sugere à Dilma : renunciar
a um segundo mandato
As razões são simples e claras: ele não tem a menor ideia do
que significa grandeza para ele mesmo: cobra grandeza dos outros para poder
realizar todo o tipo de pequenez e baixeza como realizou em sua vida toda.
Por pura e exclusiva arrogância volta ao Brasil em 1968 para
concorrer ao concurso de cátedra no departamento de Ciência Política da então
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, isolando Paula Beiguelman e
defendendo uma tese que, anos depois foi considerada um semi plágio de outro
autor;
Vai buscar recursos junto à Ford Foundation para montar o
CEBRAP, antecipando sua visão política
de Subalternidade aos EUA, como realizou em seus mandatos como Presidente.
Enfim, esse é apenas uma espécie de aperitivo da pequenez
desse personagem da Casa Grande brasileira que,
permanentemente, corrói seus cotovelos pela inveja - um dos sinais mais
eloquentes das baixezas de qualquer
personagem - que não esconde em relação ao peão da senzala e sua posição -
mesmo após os erros que cometeu - de um estadista que FHC nunca conseguiu - e
nunca conseguirá atingir em sua vida e
na memória que a História lhe oferecerá...
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
UM
CONTO FICSTÓRICO FOLHETINESCO
Francisco
Carolus Fuentes Fernandes (FC2F)
São
Paulo – Salvador – São Paulo
Julho
de 2015
Terminado
em 12 de agosto de 2015
Preâmbulo
aos leitores
O
título do presente conto encerra algumas reflexões sobre a História da
Literatura. O período histórico no qual ocorrem as ações corresponde a um curto
período de 12 horas, referenciando-se aos dias 30 de abril, 1 e 2 de maio. O
ano é o de 2150, no século XXII, portanto, 135 anos após o ano de 2015, no qual
nos encontramos.
O
enredo do conto passa por diversos personagens que se localizam em várias
partes do mundo: em Beijing na Ásia; em Brasília e em Lima, na América do Sul;
em Washington, na América do Norte e em Roma, na Europa.
Na
ficção do ano de 2150, o conto gostaria de assemelhar-se aos folhetins de
Science Fiction, desenvolvidos na primeira metade do século XX, como Flash
Gordon, desenhado por Alex Raymond, ou
nos romances de Ponson du Terrail e seu personagem, Rocambole, que dá origem ao
termo “rocambolesco”.
Nas
reflexões e lembranças dos vários personagens do conto, navega-se por fatos
históricos, não ficcionais, portanto, ocorridos nos séculos III a. C. e no
período Depois de Cristo, nos séculos XIX, XX e XXI. Esta mescla de história e
ficção rebate-nos aos românticos do
século XIX e a alguns autores do século XX – Walter Scott, Alexandre Herculano,
Alexandre Dumas, Honoré de Balzac, José de Alencar, Gabriel Garcia Marques,
Érico Veríssimo, e tantos outros, que fizeram de suas obras verdadeiros
folhetins que combinam ficção e História.
Não
pretendo, em momento algum, comparar este nosso curto conto com o escrito de
qualquer um destes mestres da literatura universal. O que pretendo é apenas
fazer este pequeno preâmbulo para que o leitor resolva ler as poucas páginas
que se seguem ou abandonar, de imediato, essa leitura.
Tenho
que deixar marcado um agradecimento a Lucas Oller o qual observou a importância
da Bacia Amazônica como uma das, senão a, maior reserva de água doce do
planeta.
Há
muitos anos atrás li um pequeno escrito de um escritor nascido nos anos 40 do
século passado sobre a relação entre avanços tecnológicos e retrocessos
políticos e sociais no mundo, tomando como exemplo o já aqui citado Flash
Gordon, desenhado por Alex Raymond, que descreve um mundo estelar extremamente
avançado tecnologicamente mas governado por Imperadores, Condes, Duques, Reinos
e Impérios, texto este que inspirou o presente.
Uma última
observação ao leitor: caso algum / a dos / das personagens a serem aqui
descritos / as corresponderem a alguém real, foi essa mesma a vontade do autor.
FC2F - o
autor
1. BEIJING – No
aguardo de instalar-se o Império Celestial
Naquela
quase madrugada de 30 de abril de 2150, Ho Chin Piao, o todo poderoso Ministro
da Paz Celestial, acordou tomado por uma felicidade que, provavelmente, nunca
sentira em seus 65 anos de vida.
Sua
felicidade e alegria era totalmente compreensível: afinal de contas, desde seus
20 anos, preparara-se para aquele dia, para aquele momento.
Desde que
saíra graduado na Escola de Diplomacia e Relações Internacionais do Império
Celestial e engajara-se nos preparativos para fazer de seu país, de seu povo, o
país e o povo mais importante do mundo, seu objetivo de vida estava traçado e
delineado.
Por esse
objetivo abandonara, totalmente, uma vida pessoal: nenhum amor, nenhuma paixão,
nenhum filho, nenhum amigo. Todos com quem convivia – conhecia muitos –
referenciavam-se e existiam apenas e
exclusivamente em função desse grande objetivo que hoje, na reunião do Comitê
Central, às três horas da tarde, seria alcançado.
A totalidade
do Partido e do Governo aceitaria que seu Ministério colocasse em ação a
Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade, estratégia esta pacientemente tecida até
a reunião da tarde daquele 30 de abril.
Esta
estratégia foi, de fato, iniciada a partir de 247 a.C. com a ascensão, aos 13
anos de idade, de Ying Jen ao trono do estado ocidental de Chin e sua tomada de
poder, aos 34 anos, em 213 a.C., tornando-se Imperador da China, com o nome de
Chin Shi Huang Di, qual seja “ o primeiro Deus divino de Chin” (www.google.com.br/#q=primeiro+imperador+da+china).
Lembrava o
Ministro da divisão de ações entre o Imperador e seu Primeiro Ministro, Li Si,
para consolidarem os Sete Reinos existentes no território chinês em um Império
Unificado: o imperador cuidava da guerra e da defesa dos territórios
conquistados, enquanto Li Si cuidava da política e da implantação das ideias de
uma China forte e una.
Enquanto
Chin Shi Huang Di derrotava, pela guerra, seus inimigos internos e cuidava da
construção da Grande Muralha da China, Li Si controlava “corações e mentes”
tentando expurgar e destruir a história da China até então, queimando
bibliotecas inteiras de escrituras em bambu, sobretudo dos grandes filósofos
dos diversos reinos do território chinês, conservando apenas os escritos
referentes à medicina e a práticas agrícolas (www.google.com.br/#q=primeiro+imperador+da+china).
Como toda estratégia de longo prazo, inteligente e bem desenhada, sofrera, ao
longo dos anos, séculos e milênios uma imensidão de idas e vindas, de sucessos
e fracassos, mas sem nunca perder seus objetivos centrais, o de garantir as
condições para que o Império Celestial Chinês fizesse com que o conjunto do
globo terrestre fosse colocado a seu serviço.
Um dos pontos essenciais que estava
possibilitando desencadear a Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade foi a
inteligente política, durante a década de 1970, do presidente Mao Zedong que via, no aumento
populacional, um caminho para o engrandecimento do país, tanto econômica quanto
socialmente. Seus sucessores inverteram essa política a partir do final dessa
década até o início do século XXI.
Felizmente, o presidente eleito no ano de
2013, Xi Jinping suspende, a partir de
sua posse, a Lei de Natalidade implantada no final da década de 1970, pela qual
cada casal chinês poderia ter apenas um filho. Revogada a lei, passou-se a
permitir que os casais tivessem dois filhos, o que garantiu à China, nesse
momento, de contar com uma população de 3 bilhões e, portanto, armar um
Exército de 500.000.000 de militares que garantiriam o êxito da Operação Nuvens
de Gafanhotos de Jade.
Refletia, ainda Ho Chin Piao, nesse seu
feliz amanhecer, que seria ele o grande condottiere, o principal responsável
por colocar toda essa imensa massa de centenas de milhões de mulheres e homens
do Exército Vermelho preparados para ocuparem, pelo bem ou pelo mal, o conjunto
dos territórios do Planeta Terra.
Só assim, pensava o Ministro, nós,
terráqueos, teríamos condições de avançarmos e ocuparmos os demais planetas do
sistema solar e, após sua ocupação, começarmos a focar outros sistemas
estelares. A partir disto, finalmente, a Paz Celestial, o Império da Paz
Celestial estaria instalado no Planeta Terra e estaria pronto para instalar-se
no Sistema Solar.
Nesse momento, contudo, deveria
preocupar-se, enquanto aguardava as decisões do Comitê Central, de cuja reunião
participaria às três da tarde no Salão do Pavão Imperial, dentro da Cidade
Proibida, em Beijing, que voltara, nos primeiros anos deste século XXII, a ser
a sede do governo do Império Celestial da China, com o tom da conversa a
distância que teria com o representante da República Andina e Amazônica do
Peru.
O primeiro alvo da Operação Nuvens de
Gafanhotos de Jade era o de garantir o controle, por parte do Império
Celestial, das maiores reservas de água doce e de terras de produção de
alimentos e de minerais do mundo, concentradas no território do Brasil.
Portanto, o primeiro passo dessa Operação visava, via o litoral peruano,
adentrar no território brasileiro por meio da ferrovia Bi - oceânica construída
e operada por empresas e pessoal chinês.
2. BRASÍLIA – Preparando-se para ter seu
território ocupado
A manhã de 30 de abril de 2150 era,
certamente, a pior dos 53 anos de Sílvia Luísa Baena de Carvalho, a Ministra
das Relações Exteriores e Defesa da República Parlamentar Democrática Popular
do Brasil.
Todas as informações vindas de diversas
embaixadas brasileiras da Ásia, da Austrália, da Europa, da África e da América
do Norte pareciam confirmar a terrível notícia: em Beijing, o Comitê Central do
Partido Comunista do Império Celestial da China deveria tomar a decisão, às
três horas da tarde, de iniciar sua invasão mundial, em diversas frentes,
mobilizando e deslocando um exército nunca antes visto no Planeta: quinhentos
milhões de mulheres e homens preparados para ocuparem a Terra em várias
frentes, continentes e direções: na Rússia Asiática e Européia e em todos os
países do continentes europeu; em todos os países asiáticos direta e
indiretamente limítrofes da China, Índia, Afeganistão, Paquistão, Oriente Médio
e Oriente Próximo; a Austrália, Nova Zelândia e Polinésia; África Oriental e
Ocidental.
Mas o mais preocupante e complicado para a
Ministra Sílvia Luísa é que o primeiro país a ser atacado e ocupado pelas
tropas dessa Operação seria exatamente o Brasil, por sua condição estratégica
de concentras Água doce na Bacia Amazônica e nos seus aquíferos subterrâneos
ainda não poluídos, de concentrar minerais estratégicos como ferro, bauxita e
outros e por sua posição de Celeiro do mundo.
Para que a Operação Nuvens de Gafanhotos de
Jade fosse bem sucedida, o Império Celestial precisaria garantir o controle do
Brasil, de forma a garantir o controle sobre esses elementos fundamentais na
logística de sua Operação militar pelo mundo afora.
Ocupado o Brasil, era simples ocupar o
restante da América do Sul, a América Central e o México. Ocupada a Muralha do
Império Norte Americano, representado pelo cinturão de países localizados na
Ásia e na Oceania, todos no Oceano Pacífico, o segundo grande objetivo
estratégico da Operação era estrangular o Império Norte Americano, cercando-o
por todos os lados.
Essa estratégia, bem ao gosto da elite
chinesa, da casta dos mandarins que há mais de três milênios governavam e
dirigiam, direta ou indiretamente, o povo chinês, não era mais um jogo de
IChing ou de War, mas uma realidade que estava para ser desencadeada em poucas
horas.
A terceira frota do Império Celestial, como
seus 250 porta aviões, capazes de transportarem centenas de milhares de
soldados e oficiais da infantaria e quinhentos aviões, estariam prontos a
cruzar o Pacífico na latitude aproximada de 8º sul,
desembarcando em território peruano, embarcando nas imensas composições de
trens da Ferrovia Bi –Oceânica, na direção da Amazônia e do Centro Oeste
brasileiros, o primeiro e, naquele momento, principal objetivo estratégico da
Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade.
Ao refletir sobre a situação, mais uma vez
a Ministra Baena de Carvalho lembrou, de suas aulas de História sobre o período
da então República Federativa do Brasil do triste governo da primeira mulher
presidenta da República, Dilma Rousseff a qual, sucedendo a um dos mais
importantes presidentes brasileiros, conhecido como Presidente Lula, conseguiu,
por erros sucessivos, tornar o Brasil refém tanto dos Estados Unidos quanto da
China, posição esta que o país não mais conseguiu superar.
Contrariando a tradição histórica da
Política Externa Brasileira, o governo Dilma Rousseff abandonou a inteligente
linha de neutralidade e o jogo sutil da diplomacia brasileira de ora reforçar
uma, ora outra das potências mundiais que surgiam no contexto do poder mundial.
Assim fora no período entre a Primeira e a
Segunda Guerras Mundiais, na primeira metade do século XX, onde o Ditador
Getúlio Vargas jogava com os Aliados, Estados Unidos à frente e com o Eixo,
Alemanha na vanguarda, tentando – e obtendo – vantagens para o País.
Mesmo no período do regime de ditadura
militar, na segunda metade desse mesmo século, no qual a política dos generais
presidentes era francamente americanófila, havia momentos no qual o Brasil
posicionava-se contra os interesses do Império Norte Americano, como no
posicionamento do Brasil em relação à Política Nuclear, apoiando-se na
Alemanha, ou na política de descolonização da África Portuguesa, apoiando e
sendo o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, Moçambique e das
demais colônias portuguesas.
No início do século XXI, no século passado,
portanto, o primeiro operário a tornar-se presidente da República do Brasil, o
Presidente Lula, assumiu, em seus dois mandatos, políticas francamente
independentes quer em relação ao Império Norte Americano. Articulou-se com a
Rússia, China, Índia e África do Sul, constituindo um novo bloco de poder
mundial – o BRICS – apoiando as políticas anti – colonialistas e anti – imperialistas
nos países da América do Sul, enfrentando economicamente os interesses das
grandes corporações norte americanas nas Américas, seja na do Sul, na Central e
na do Norte, inclusive dentro do território do próprio Império Norte Americano.
Imperdoável para o Império, contudo, a
política desse Presidente assume a ocupação e a exploração do petróleo do Pré –
Sal nas águas territoriais brasileiras, cujos limites já tinham sido expandidos
durante o governo de um dos generais presidentes.
Coloca a principal empresa estatal
brasileira, a PETROBRÁS, a explorar essas bacias petrolíferas no Atlântico Sul,
nas costas do Brasil, o que levará a um processo de enfrentamento econômico e
político do Império contra os interesses nacionais brasileiros.
Por um erro estratégico da própria política
desse Presidente, reforçado pelas ações
voláteis e pouco estratégicas de sua sucessora, o Brasil, na segunda década
desse século passado, acaba perdendo tanto sua política tradicional de navegar
entre as potências para efetuar políticas econômicas internas subordinadas aos
capitais internacionais, particularmente o financeiro, e aos interesses das
duas grandes potências em conflito declarado, dentre as quais o Império
Celestial parece estar, hoje – 30 de abril de 2150 – garantindo sua
preponderância.
Certamente amanhã, dia 1º de maio, não
deverá apresentar um futuro de “céu de brigadeiro”, nem para o mundo em geral,
nem para o povo brasileiro em particular...
3. WASHINGTON – Preparando-se para o
enfrentamento
Washington começa a ter um clima bastante
agradável no início da primavera. Este último dia do mês de abril de 2150 não
apresentava um clima muito diferente daquele de anos passados.
Esta manhã, contudo, não era nada agradável
para Elizabeth Victoria McDonald Hooper III, a poderosa Secretária de Estado do
Governo da Presidente Republicana ligada ao Tea Party, Margareth Clarence
Stuart.
Todas as notícias das embaixadas do Império
Norte Americano na Ásia, África, Europa, Oceania e América do Sul sinalizavam que
a reunião do Comitê Central do Partido Comunista do Império Celestial da China,
em Beijing, a ser iniciada às três horas da tarde, horário de Beijing, do dia
seguinte, 1º de maio, iria ordenar o
início da Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade, colocando o mundo em Estado de
Guerra e sendo ocupado pelas centenas de milhões de militares do Exército
Vermelho do Império Celestial.
Beth III, como era informalmente conhecida,
sabia que essa ofensiva tinha dois objetivos centrais
– ocupar o território brasileiro, para
garantir o domínio do Império Celestial Chinês sobre a Bacia Amazônica
(principal reserva de água doce do planeta) e sobre os territórios do Cerrado
do Brasil, em sua área Centro-Oeste e das terras de sua região sudeste,
celeiros de grão do mundo e
- cercar completamente, por todos os lados,
do Atlântico ao Pacífico, o território do Império Norte Americano.
Em suas reflexões, Beth III rememorava os
acontecimentos históricos ocorridos na segunda metade do século XX, quando um
de seus mais famosos antecessores, o Secretário de Estado scholar e intelectual
de origem alemã-judaica, Henry Kissinger, iniciara a política de aproximação
com a República Popular da China, no período do também – como hoje, Presidente
dos Estados Unidos da América ligado ao Partido Republicano, que fora
personagem de um grande escândalo na década de 1970, que ficou conhecido
historicamente como o escândalo de
Watergate, que o levou a renunciar ao mandato antes de votarem seu
“impeachment”, Richard Nixon.
Até que ponto a política traçada por
Kissinger e o Grande Timoneiro da Revolução Chinesa, Mao Zedong e seu Primeiro
Ministro Zhou En Lai - que fora Ministro dos Negócios Estrangeiros da República
Popular Chinesa entre 1949, quando da vitória da Revolução Comunista, e 1958 - foi
positiva para o futuro dos Estados Unidos da América?
Certamente essa política foi uma das
principais responsáveis pela ampliação do poder imperial norte americano no
mundo na segunda metade do século XX, eliminando não somente o poder da União Soviética
mas a própria União Soviética.
A partir do início do século XXI, contudo,
o Império Norte Americano passa a ter que confrontar-se com novos atores na
ordem mundial que começam a por em cheque a Pax Norte Americana, dentre os
quais a então República Popular da China começa a tornar-se o principal e mais
perigoso adversário.
No início do século XXI, até países
historicamente organizados dentro dos preceitos da Doutrina Monroe – implantada
no início do século XIX – a qual rezava “A América para os Americanos” a qual,
de fato, correspondia ao princípio da “América para os Americanos – do Norte”,
rebelam-se contra tal preceito e passam
a enfrentar o Império Norte Americano.
E Beth III não pensava em Cuba – a qual sem
dúvida incomodou o Império Norte Americano por décadas entre 1959 e 2014 – mas
sobretudo no Brasil, que na primeira década do século XXI resolvera colocar –
na visão dos governantes dos Estados Unidos da América à época – suas
“manguinhas de fora” durante o mandato presidencial de um membro da senzala
brasileira.
Esse presidente resolveu enfrentar ideias e
interesses, menos econômicos e mais políticos e ideológicos da elite brasileira, os donos da – na
expressão de um intelectual brasileiro – Casa Grande e que assumira o papel de
um estadista não apenas brasileiro mas defensor das nações dominada no mundo.
Lembrava-se Beth III que, quando estudante,
três décadas antes, resolvera entender o papel desse personagem que,
rememorava, tinha um apelido que, na língua nativa do Brasil, correspondia a um
molusco marítimo, Polvo, Lula, Vieira, não tinha muita certeza.
Lembrou-se que esse líder operário, que
fundara um Partido que foi denominado dos Trabalhadores, no final de uma
ditadura militar criada – com pleno apoio do governo norte-americano, no início
da década de 1960, à época do governo Lyndon Johnson, o qual, como vice-
presidente, assumiu o posto de John Kennedy, presidente ligado ao Partido
Democrático assim como Johnson, após seu assassinato em 1963.
Beth III lembrou-se, também, em suas leituras
sobre aquela época e seus acontecimentos no Brasil, do papel que o então
embaixador dos Estados Unidos da América desempenhara na articulação e suporte
político e financeiro do golpe militar no Brasil, iniciado, se não lhe falhava
a memória de suas leituras, em 1964, 1965.
De suas aulas sobre a História Brasileira,
Beth III lembrou-se que esse presidente operário era, muitas vezes, comparado
com outro operário que se transformara em presidente da Polônia no final do
século XX e que, com o apoio de um papa polonês contribuíra para a derroa dcada
da União Soviética.
Suas lembranças, porém, eram a de que o
Presidente operário brasileiro com nome de molusco era um social democrata
nacionalista que desenvolvera uma política externa completamente independente
das orientações dos governos norte americanos, seja de presidentes do Partido
Republicano, como George Bush – em cujo mandato ocorre o episódio das Torres
Gêmeas em New York e a Guerra do Iraque – seja dos governos do democrata Barack
Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
Sua política externa e sua ação social e
econômica interna o tinha elevado, ela lembrava-se bem das leituras que fizera,
a um dos principais estadistas mundiais na primeira década do século XXI.
Beth III lembrava, também, que a sucessora
desse líder, uma ex guerrilheira que optara, nos anos das ditadura militar no
Brasil pela luta armada, assume a presidência sem ter a liderança e a
capacidade política de seu antecessor.
No decorrer tanto dos dois mandatos do
Presidente operário quanto, sobretudo,
nos mandatos de sua sucessora, ocorreram vários escândalos e problemas
de malversação de recursos públicos, seja para garantir e manter no poder uma
grande aliança partidária em torno do Partido criado pelo Presidente operário,
seja por crime comum de corrupção, envolvendo sobretudo grande empresas de
capital brasileiro ligadas à Construção Civil Pesada, importantes lideranças
políticas seja do governo, seja da oposição e, em particular, uma grande
empresa estatal brasileira ligada aos negócios do petróleo.
Esses fatos, articulados e investigados por
membros do Judiciários ligados ao principal partido de oposição no Brasil e a
um juiz com ligações pessoais ao FBI norte americano, como teria sido aventado
à época desses acontecimentos, levaram o Brasil a uma crise política que,
rapidamente, transformou-se em uma crise econômica que, em um prazo muito
curto, fez o Páis retroceder fortemente em sua posição de destaque no cenário
Mundial.
Beth III abandonou suas lembranças de
estudante universitária e voltou suas reflexões ao dia de hoje no qual todas as
informações levavam a crer que a Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade seria
iniciada.
Naturalmente Beth III tinha total
consciência que, em História, o SE não existe. Em reflexões sobre ela, contudo,
pensar fatos e acontecimentos a partir desse advérbio condicional é um bom
exercício para refletir sobre ações e estratégias futuras. Desse modo, a
Secretária de Estado iniciou, em suas reflexões, a colocar um variado número de
SES.
Por exemplo, SE os Estados Unidos da
América, ao invés de colocar-se em confronto com os governos do líder operário
de nome de molusco e de sua sucessora, realizando escutas secretas, atacando a
política de soberania brasileira sobre a área do Pré-Sal e seu petróleo, de
colocar sua força policial interna – o FBI – a serviço de membros do Judiciário
Brasileiro contra membros dos Poderes Executivo e Legislativo, de colocar em
cheque grandes empresas de capital brasileiro que se expandiram por vários
países e continentes, mundo afora, não poderia ter, hoje, quando os chineses
atacam, um aliado que contribuiria para que a balança do poder mundial pesasse
a favor do Império Celestial da China?
SE a política norte americana não se
posicionasse contra a União Soviética, tendo-a como seu Inimigo principal,
aproximando-se da República Popular da China a partir de 1970, sem levar em
conta que a massa populacional chinesa representa um poder quantitativo
assustador para qualquer outro poder nacional do Planeta, a situação deste 30
de abril de 2150 não poderia ser diferente?
SE os Estados Unidos da América não
pretendessem garantir seu poder financeiro, não permitindo que outras moedas,
senão o dólar, tivesse o poder de circulação e de reserva de valor monetário no
mundo, os problemas que a chamada zona do Euro não seria menos grave do que foi
permanentemente neste século e meio?
SE os Estados Unidos da América não
resolvesse manter sua postura de considerar as Américas, em particular as
Américas do Sul e Central como seu quintal (lembrou novamente da Doutrina
Monroe do século XIX) no decorrer da primeira metade do século XXI,
particularmente impedindo que o Brasil avançasse na direção de tornar-se uma
nação de importância mundial - fazendo o que o Império Celestial da China fizera
com a Índia, na Ásia, e com a África do Sul, na África – mas mantendo, com
auxílio de parcela significativa da classe dominante brasileira seu papel de satélite
dos Estados Unidos da América, o dia de hoje não poderia e deveria ser muito
diferente?
Novamente nos cenários dos “SES” os Estados
Unidos da América não tivessem criado problemas em relação à expansão do Brasil
na exploração das reservas petrolíferas do PRÉ – SAL, permitindo ao Estado brasileiro acumular, no decurso da
primeira metade do século XXI, recursos para desenvolver, de acordo com seus
interesses nacionais, sua infra -estrutura logística, educacional e social,
hoje não estaríamos em uma situação diversa daquela que estaremos nos
defrontando?
Caso esses SES ocorressem, talvez os
governos brasileiros da segunda década do século XXI não fechassem acordos que
permitiriam, aos interesses chineses, construírem uma ferrovia de ligação
Pacífico – Atlântico com o traçado que acabou sendo implantado.
Essa ferrovia, iniciada no litoral do Peru,
corta a Cordilheira Andina Peruana, atravessando toda a Amazônia peruana no
sentido oeste – leste, alcançando a Amazônia brasileira na altura do norte do
estado do Acre e cortando todo o cerrado do Brasil, em seus estados do Centro
Oeste, até atravessar sua região Sudeste e atingir os portos do Oceano
Atlântico.
Por esse traçado, a República Popular da
China atingia a Bacia Amazônica - a maior reserva de água doce do planeta Terra
– e o Cerrado – o mais importante território de produção de grãos do mundo, por
isso denominado seu Celeiro. A utilização dessa ferrovia garantia, tanto na
direção do Pacífico, quanto na direção do Atlântico, o escoamento dessa
produção e o transporte de água doce particularmente para a China, outros
países asiáticos e para os países africanos.
Ao mesmo tempo, esse acordo tri - nacional
selado entre Brasil – China e Peru, poderia abrir, à sanha de conquista que a milenar e quase
eterna paciência chinesa apresentava, os
territórios dos dois países sul americanos signatários desse tratado e, a
partir deles, toda a América do Sul e a América Central.
Caso as informações sobre a resolução do
Comitê Central do Partido Comunista Chinês em ordenar o desencadeamento, na
tarde de 1º de maio, da Operação Nuvens
de Gafanhotos de Jade fossem verídicas, o Império Celestial da China começaria
a cumprir seus dois grandes objetivos estratégicos: ocupar o território
brasileiro e iniciar o cerco em relação ao território do Império Norte
Americano.
Beth III parou suas lembranças sobre os
eventos históricos da primeira metade do século XXI e reassumiu a postura
pragmática que sempre marcara as ações diplomáticas norte americanas e pediu à
sua secretária que a colocasse em comunicação, nessa ordem, com o Ministro da
Paz Celestial do Império Celestial Chinês, com o Ministro das Forças Armadas
Peruano e com a Ministra de Relações Exteriores e da Defesa do Brasil.
A depender das respostas que obtivesse – se
as obtivesse – demandaria fazer uma conferência a quatro vozes para que
discutissem o momento mais do que delicado para o presente e o futuro imediato
do mundo, que se estava configurando naquele dia 1º de maio primaveril para os
Impérios da China e dos Estados Unidos da América e outonal para o Peru e o
Brasil...
4. LIMA – Querendo entender as consequências
daquele dia para seu País
Assim como Ho Chin Piao, Silvia Luísa Baena
de Carvalho e Elizabeth Mc Donald Hooper III, o Almirante Pablo Atahualpa de
Villasverdes Soza, Ministro das Forças Armadas da República Andina e Amazônica
do Peru acabara de acordar. E acordara assustado e em pânico pelo pesadelo que,
reiteradas vezes, lhe atacara durante toda a noite.
Dessa noite de pesadelos o que mais lhe
vinha à consciência era a cena de milhares de vagões de trens ocupados por
centenas de milhares de mulheres e homens do Exército Vermelho do Império
Celestial Chinês cruzando, a uma velocidade de centenas de quilômetros por
hora, o território do Altiplano, da Cordilheira Andina e da Amazônia Peruana em
direção à fronteira entre Peru, Bolívia e Brasil, internando-se na Amazônia
Brasileira e em todo o território do Cerrado no Centro Oeste daquela nação –
até então – amiga e aliada – na direção de sua costa Atlântica.
No dia anterior, 29 de abril, passara o
tempo todo tentando entender as explicações do Embaixador do Império Celestial
da China, Qi Zen Lai, entremeadas pelas conferências com Ho Chin Piao, o todo
poderoso Ministro da Paz Celestial chinês sobre a Operação Nuvens de Gafanhotos
de Jade que a principal aliada do Estado Peruano estaria desencadeando na tarde
do dia seguinte, 1º de maio.
As explicações foram entendidas, o que não
significou que o Almirante Pablo tenha ficado muito satisfeito com elas, pois
naquele momento as ações militares estariam direcionadas contra o território
brasileiro, ações estas, contudo, que passavam diretamente pelo território
peruano, o que não era nada alvissareiro.
O Ministro Almirante lembrava-se de suas
aulas de História das Guerras, de 30 anos atrás, com seus então 18 anos de
idade, as quais sempre demonstraram que territórios de passagem de tropas de
outras nações acabavam por transformar-se em territórios tão ocupados quanto os
das nações objetos principais da ocupação.
Assim ocorrera com a Polônia nas guerras
napoleônicas no século XIX contra o Império Czarista da Rússia, com a Bélgica e
Holanda no ataque do Exército Alemão Nazista contra a França, na primeira
metade do século XX, entre outras tantas que lhe vinham à memória.
Estados fortes, populosos e com tradição
guerreira como eram China e Estados Unidos da América podem, rapidamente,
transformarem-se de aliados em inimigos mortais para as nações mais fracas,
menos populosas e com tradição guerreira próxima a zero.
Naquele momento, a única ação que o
Almirante Pablo podia fazer, e que se preparava para fazê-la, era encaminhar,
via um de seus oficiais de gabinete de total confiança, um relato sucinto, a
ser transmitido de viva voz, das conversas que tivera no dia anterior com os
chineses, para seu velho amigo, o Coronel José Antônio de Almeida, adido militar
da Embaixada brasileira em Lima, para que este transmitisse o teor da conversa
para a Ministra Baena de Carvalho, sobretudo lembrando-a dos acordos bi -
laterais secretos assinados em 2035 entre Brasil e Peru, época na qual
implantou-se a Ferrovia Bi Oceânica, construída e operada por investidores e
operadores chineses.
Além disso, aguardar os acontecimentos da
tarde do dia 1º de maio, no horário de Beijing.
5. VATICANO – Até onde vai o poder da palavra
contra o poder das armas em conjunturas críticas
A insônia que permanente e persistentemente
acompanhara a trajetória de vida nos últimos 70 anos dos 75 anos de idade do
quarto Papa Africano, eleito por seus pares para ocupar o trono de São Pedro no
Vaticano, o então Cardeal Domenico Macango, de Adis Abeba, Papa Sabá I, não
fora nessa quase madrugada do dia 30 de abril de 2150 muito diferente dos
demais dias e noites de sua vida.
A diferença centrava-se no teor das
informações que, de todas as partes do mundo afluíam ao Vaticano, referentes ao
iminente desencadeamento, por parte do governo do Império Celestial da China,
da movimentação de um exército de quinhentos milhões de mulheres e homens,
chinesas e chineses, visando ocupar territórios em todos os continentes, tendo
dois principais objetivos imediatos: garantir a ocupação do Brasil, onde se
localizavam as áreas de maior concentração de água doce e de produção de
cereais de nosso planeta Terra e cercar, visando isolar completamente, o
território do Império Norte Americano em relação ao resto do Mundo.
Como todo o bom Príncipe da Santa Madre
Igreja Apostólica Romana, a inteligência do Cardeal, agora Papa Sabá I, não lhe
permitia crer em uma divindade superior qualquer que houvesse criado o Universo
e a vida, mas sim na capacidade da Humanidade em criar tal divindade.
Ateu, portanto, Sabá I, contudo, não
conseguia entender como que essa Humanidade, capaz de gerar um fantástico mundo
na Terra, criando, como a partir da Judéia, um Reino de Deus e a parir da
China, um Império Celestial, não conseguira atingir a plenitude da sua
sobrevivência básica ou de sua própria Humanidade.
Seguidor dos preceitos introduzidos a
partir da Carta Encíclica “Laudato Si” pelo Papado de quase um século e meio
antes, do primeiro Papa do Continente Americano, o argentino Cardeal Bergoglio, de Buenos Aires, jesuíta
que adotara o nome de Papa Francisco I, para Sabá I era difícil manter sua fé
na Humanidade.
Ainda que acreditasse, e seguia
acreditando, que as novas gerações eram sempre melhores do que as anteriores e,
se por acaso, a Humanidade conseguisse eliminar a si mesma e ao Planeta Terra,
seríamos substituídos por espécies melhores e mais sábias, assistir às
permanentes atrocidades que membros de
nossa espécie faziam a nós mesmos, a outras espécies e à Natureza em geral
doía-lhe na consciência e em seu coração.
Nesse dia 30 de abril, ter conhecimento da
mobilização bélica que objetivava ocupar o território do Planeta por parte do
Império Celestial da China o fez baquear física e psiquicamente, lembrando-se
de um velho repto que um dos mais ferozes homens de Estado do século XX, Joseph
Stalin, o czar do Império Soviético, fizera ao então Papa reinante, o
aristocrático e filo fascista Cardeal Príncipe Eugênio Pacelli, Papa Pio XII,
ao discutir o Poder do Vaticano, perguntado: “Quantas divisões (militares) tem
o Papa?”.
Quando o poder das armas apresenta-se em
sua plenitude, em situações críticas como f aquela que estava por ocorrer em
poucas horas, qual o valor das palavras, do bom senso, da temperança?
Sabá I sentia-se amordaçado, paralisado,
cansado, sem forças físicas ou mentais.
Mas, rapidamente, retomou sua força vital e
chamando seu secretário particular pediu que realizasse uma conferência
eletrônica com os chefes de Estado do Império Celestial da China, do Império
dos Estados Unidos da América, da República Parlamentar Democrática Popular do
Brasil e da República Andina e Amazônica do Peru, naquele momento as nações
mais diretamente envolvidas no que poderia ser a primeira grande onda de ataque
da Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade, a ser desencadeada, por ordem do
Comitê Central do Partido Comunista Chinês, a partir da travessia do território
peruano para ocupar o território brasileiro e iniciar o cerco contra o
território do Império Norte Americano.
Sabá I resolvera, empiricamente, mais uma
vez dentre muitas, testar o poder da palavra do Vaticano contra o poder das
prepotentes e arrogantes divisões bélicas do repto stalinista.
6. BRASÍLIA – Pesquisando arquivos históricos
de documentos secretos
Após receber as informações do adido
militar da Embaixada do Brasil em Lima, o Coronel Almeida, a Ministra Baena de
Carvalho foi em busca dos mais que centenários tratados que consolidavam o
projeto de construção da Ferrovia Bi Oceânica entre os portos Peruanos do
Pacífico e os portos Brasileiros do
Atlântico, o caminho escolhido pelos estrategistas da então República
Popular da China nas primeiras décadas do século XXI.
Era por ela que o Império Celestial Chinês
estava na iminência de desencadear a Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade,
movimentando um contingente de 75 milhões de chinesas e chineses, membros do
Exército Vermelho, que desembarcariam em portos peruanos nas costas do Oceano
Pacífico, embarcariam nos trens de alta velocidade operados pela
Tanssouthamerican Shangai Railway Inc.,
implantada com recursos, tecnologia e operação chinesa, mais de um
século antes, com o objetivo explícito de facilitar a movimentação de cargas e
passageiros entre o Oceano Atlântico, os territórios Brasileiro e Peruano e o
Oceano Pacifico, atingindo os continentes da África, Oceania e Ásia, em
particular os portos da China.
A Ministra Baena de Carvalho fora lembrada
de examinar dois documentos secretos assinados pelo Peru, um com a República
Popular da China e outro com o Brasil. O primeiro, por uma demonstração de
amizade do governo peruano para com o governo brasileiro, foi repassado ao
Itamaraty, via a Embaixada do Peru em Brasília. O segundo era assinado
apenas pelos dois países sul - americanos e não fora nunca – ao menos é o que
se esperava – dado conhecer ao governo chinês.
O primeiro desses documentos rezava que a
República do Peru abriria tanto seus portos no Pacífico quanto seu território
para que os trens, fossem de passageiros, fossem de carga, ou que
transportassem funcionários da República Popular da China (aqui o pulo do gato,
pensou a Ministra) desde o mar territorial peruano até as fronteiras do Peru
com a Bolívia e com o Brasil.
O segundo documento, celebrado de forma
ultra confidencial e secreta entre Brasil e Peru facultava a ambos os países,
durante a construção da Ferrovia Bi Oceânica, instalarem ao longo do traçado,
em território de ambos os países, sistemas de segurança e rastreamento de
viagens, particularmente nas regiões andina e amazônica do Peru e em seus
portos do Pacífico e nas regiões amazônica e do cerrado brasileiras e em seus
portos do Atlântico.
Esses sistemas seriam operados por
servidores de ambos os Estados, à revelia e sem conhecimento quer da empresa
operadora quer do governo da então República Popular da China.
Este segundo documento originara-se a
partir de discussões dentro dos Estados Maiores das Forças Armadas e das
Chancelarias de ambos os países, antes e durante o período de negociação e
implantação da Ferrovia, de forma confidencial e ultra secreta, uma vez que a
experiência que tanto o Brasil quanto o Peru passaram em função das escutas
norte americanas em relação a membros dos governos de ambos os países,
servira-lhes de lição para que tais articulações se realizassem fora dos
circuitos normais das relações entre os dois governos.
O começo dessas conversações estava ligado
à lembrança que um dos membros do Ministério de Defesa do Brasil tivera da
leitura de um clássico autor da História Militar, o professor britânico John
Keegan, da Real Academia Militar da Inglaterra, cujo texto foi utilizado no
preâmbulo do tratado secreto como um de seus elementos justificativos.
Afirmava o Professor Keegan que a Guerra da
Secessão Norte Americana era considerada como “uma guerra puramente
ferroviária, na qual o sucesso do Norte em cortar primeiro as conexões férreas
entre o populoso sudeste e o produtivo sudoeste na linha do Mississipi e,
depois, dividir o sistema interno do sudeste, tomando a ligação Chattanoogas – Atlanta
em 1864, fragmentou seu território em zonas que não tinham auto suficiência
econômica e garantir o colapso financeiro da secessão sulista por falta de
suprimentos para os exércitos, ainda que, esfarrapados e famintos, eles
conseguissem desafiar a União no campo de batalha até o fim”(...)”os exércitos
do Norte estavam bem mais alimentados que os do Sul porque seus intendentes
controlavam os 50 mil quilômetros de ferrovias norte-americanas existentes em
1860, e continuaram a colocar mais trilhos a cada mês da guerra, na qual uma
tarefa primordial dos soldados da União era arrancar cada metro de trilho dos
confederados que cruzassem”.
Peru e Brasil, portanto, precisavam
precaver-se exatamente de situações como
as que estavam vivendo naquele momento que precedia a quase certa invasão do
Império Celestial da China ao Território Sul Americano a parir de ambos os
países.
7. BRASÍLIA – Analisando os Tratados Secretos
A Ministra Baena de Carvalho, por um lado,
ficou estarrecida com o que leu nesses documentos secretos. De outro, pela
primeira vez naquele dia via uma pálida e longínqua luminosidade no final do
Túnel a qual poderia não ser a luz da locomotiva do trem na Ferrovia Bi - Oceânica.
Os tratados secretos, criptografados e só
abertos face a presença de um funcionário do Arquivo que era o garantidos das
chaves criptográficas, haviam sido
rigorosamente cumpridos no decorrer desse mais de século, entre 2035 e 2150.
Por eles, Peru e Brasil comprometiam-se a viabilizar e a garantir a
navegabilidade permanente das Hidrovias dos Grandes Cursos de Água da Bacia
Hidrográfica Amazônica em ambos os territórios, a qual deveria servir como
alternativa à movimentação de cargas e passageiros entre os dois países abrindo
o acesso do Atlântico ao Peru, via os portos do Pará e do Pacífico ao Brasil, via acesso aos
portos do rio Solimões e a travessia dos Andes Peruanos.
Um dos artigos do tratado rezava,
explicitamente, que no caso da então República Popular da China financiasse e
operasse a Ferrovia Bi – Oceânica do Atlântico brasileiro ao Pacífico peruano,
os corpos diplomáticos e seus Estados Maiores – quer civis, como seus Conselhos
de Estados, quer militares, como os Estados Maiores das quatro armas: Exército,
Marinha, Aeronáutica e Interplanetária) comprometiam-se a que seus respectivos
governos fossem buscar recursos financeiros junto instituições de fomento de ambos os Estados
ou Internacionais, para a implantação desse sistema Hidroviário bi -oceânico e
bi – nacional..
Outro artigo, ainda, rezava que os Estados
e seus respectivos governos, de ambos os países, garantiriam que nenhum dos dois grandes Impérios
Mundiais, o Norte Americano, consolidado desde o século XX e o Império
Celestial da China, que inicia sua consolidação no decorrer das três primeiras
décadas do século XXI, teria nenhum tipo de participação no financiamento,
implantação, manutenção e operação desse sistema Hidroviário.
Seriam ambos os Estados – Brasil e Peru –
os responsáveis diretos pela implantação, manutenção e operação desse sistema
com embarcações de bandeiras conjuntas peruanas e brasileiras.
Mas o que mais espantara a Ministra foi o
fato de tomar conhecimento que um grupo de engenheiros militares peruanos e
brasileiros instalaram sistemas de segurança e rastreamento ao longo do leito
da Ferrovia e, o mais espantoso, que implantariam dispositivos que, acionados
simultaneamente pelo lado peruano e brasileiro, implodiriam os túneis de
travessia dos Andes, de modo a impedir a passagem de qualquer composição
ferroviária, obstruindo a ligação férrea entre Peru e Brasil.
Este era o elemento central que a mensagem
do Coronel Almeida precisava fazer chegar à Ministra.
8. SÃO PAULO – A hora e a vez do leitor
O autor chegou aonde pretendia chegar – a
montagem do quadro Ficstórico.
A partir daqui deixa à criatividade de cada
leitor o fechamento deste Conto. Para orientar o / a leitor /a, o autor indica
algumas questões que podem – ou não – serem refletidas e respondidas por eles /
elas, tais como:
a) Na tarde do dia 1º de maio o Comitê Central
do Partido Comunista do Império Celestial da China dará a ordem de desencadear
a Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade contra o Brasil?
b) O Império Norte Americano conseguirá fazer
a interlocução com os principais países envolvidos nesse Conto Ficstórico?
c) O Papa Sabá I demosntrará que a palavra e o
bom senso valem mais do que Múltiplas Divisões Armadas?
d) Brasil e Peru terão tempo de implodir os
túneis de travessia dos Andes antes que os Trens a Transsouthamerican Shangai
Railway Inc. embarquem as tropas desembarcadas dos porta aviões e iniciem seu
deslocamento em direção ao território brasileiro?
e) As demais potências como a Rússia. Índia,
União Europeia, Japão e o conjunto das demais nações do mundo manter-se-ão
caladas frente a esses acontecimentos?
COM A
PALAVRA – E A IMAGINAÇÃO – DA LEITORA / DO LEITOR
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