sexta-feira, 21 de agosto de 2015




QUAL O SIGNIFICADO DE COMBATE À CORRUPÇÃO POR PARTE DA ELITE DAS CLASSES DOMINANTES BRASILEIRAS? OU 'A GOEBBELS NEWS IMPERA TAMBÉM SOBRE A IMPRENSA ESCRITA BRASILEIRA.

21 de agosto de 2015


Há cerca de dois ou três meses atrás, por uma observação feita por meu filho Rodrigo, voltei a ler, ainda que intelectualmente nauseado,  e a comprar as diversas publicações da ala Goebbels News da imprensa escrita brasileira, como as  revistas VEJA, da Editora Abril, ISTO É, da Editora Três, ÉPOCA, da própria Editora Goebbels - desculpem-me - Editora Globo, além da CARTA CAPITAL, da Editora Confiança, de Mino Carta, a única revista que mantinha - e mantém - a meu ver,  uma postura séria dentro do quadro medíocre e "dinheirista" da imprensa quase "marron" brasileira. 

Para entender que esse quadro dos meios de comunicação no Brasil não são exclusivos deste país, li, e recomendo a leitura, do último romance de Umberto Eco, "Zero Hora" bastante elucidativo do que ocorre na mídia de outros países.

Não copiamos da Península Itálica, apenas as Operações do tipo "Mani Pulite" mas também a escola de comunicações do ex primeiro ministro italiano, Berlusconi, com toda sua vocação de retomar, do ponto de vista da Farsa, o que Benito Mussolini representou do ponto de vista da tragédia, ainda que em ambos os casos misturaram-se e misturam-se Tragédia e Farsa.

É sempre interessante lembrarmos que Berlusconi surge no cenário político da Itália como consequência imediata das Operações realizadas pelo Judiciário Italiano nos processos - legítimos e necessários - de combate à corrupção pública e ao entrelaçamento desta ao mundo empresarial privado.

É claro que tenho esperança que a Itália nos sirva de referencial para que a anti corrupção não descambe para as farsas de direita que a todo momento estão à espreita, como hienas diante do cadáver da caça dos leões. O atual presidente da Câmara de Deputados, deputado federal Eduardo Cunha que não nos deixe mentir...

Mas é exatamente em função desse quadro do território de um dos, senão o mais importante berço da denominada Civilização Ocidental, a velha Roma e a Itália, que parece importante refletirmos - em conjunto - com o duplo  título do presente texto.

No início desta semana, li com pouca vontade mas com muito interesse, entrevista realizada por Ludmila Amaral com a – no dizer da própria entrevistadora – “Socialite que se transformou em militante de carteirinha, Rosângela Lyra” a qual, de acordo com a entrevista publicada pela Revista  Isto É de 19 de agosto de 2015, “erguerá a bandeira do combate à corrupção no domingo 16 (de agosto) “ no qual ocorreria a grande manifestação da direita brasileira contra o mandato legal e legítimo da Presidenta Dilma Rousseff, visando um simples e rápido golpe de estado, comandado pelo pupilo predileto atual do ex presidente da República Fernando Henrique Cardoso, o candidato derrotado nas urnas na eleição presidencial de 2014, Senador Aécio Neves.

Rosângela Lyra tem, certamente, uma biografia que lhe garante ser uma representante de primeira linha da elite da classe dominante brasileira. De acordo com a entrevista, a “socialite” foi, durante quase três décadas, a representante da Maison Dior no Brasil.

Esse fato lembrou-me um antigo e – como espera a elite da classe dominante brasileira – episódio a ser esquecido referente ao chamado “Escândalo da DASLU” que envolveu o atual governador de São Paulo e ex candidato a presidência da República Geraldo Alckmin e membros de sua família, como atesta Altamiro Borges em seu blog http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=372

o qual  afirma, em texto postado no dia 13 de outubro de 2006, intitulado A filha de Alckmin e o contrabando na DASLU” que:
“Talvez por sua formação puritana no Opus Dei, o candidato Geraldo Alckmin gosta de se fingir de casto e imaculado. No debate da TV Bandeirantes, ele fez questão de se mostrar “indignado” com a corrupção e criticou o fato de o presidente Lula repetir que “não sabia” dos desvios de conduta no seu governo. “É só perguntar aos seus amigos de 30 anos”, alfinetou o falso moralista num momento de cólera bem ensaiado.

Mas, para ser conseqüente e manter as aparências, Alckmin deveria ter se desculpado em público por ter cortado a fita de inauguração da Daslu, templo de consumo dos ricaços, hoje processada por contrabando, sonegação fiscal e outras crimes. “Eu não sabia”, deveria ter tido. Também poderia pedir desculpas por sua filha, Sophia Alckmin, ter sido gerente de compras nesta loja de contrabandistas. “Eu não sabia”. E ainda deveria explicar porque os diretores da Daslu, sempre acompanhados de sua filha, reuniram-se com o secretário da Fazenda do seu governo, Eduardo Guardia. “Eu não sabia”. Entre uma pregação do Opus Dei e sua agenda de governador, talvez não tenha tido tempo para acompanhar os negócios de sua filha! “
Nesse episódio, de acordo ainda com Altamiro Borges,
 A asquerosa revista Veja chegou a afirmar que a ação da PF era uma jogada do governo Lula para abafar a crise política. O senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, criticou o “revanchismo”. Já o coronel Antônio Carlos Magalhães, assíduo frequentador da loja, chorou ao falar ao telefone com a contraventora detida por algumas horas. E a poderosa Federação das Indústrias de São Paulo convocou um ato de repúdio. 

O líder do PSDB, deputado Alberto Goldman, foi quem explicitou a forma de agir da burguesia. Para ele, “essa prisão pode gerar uma crise econômica. O empresário vai dizer: para que vou investir no Brasil se posso ser preso?”. Ou seja: na concepção tucana, só quem pode ser preso no país é o ladrão de galinha! O empresário que sonega imposto, remete ilegalmente dinheiro ao exterior ou comete outros crimes não pode ser tocado e ainda conta com a ajuda de certos políticos – que depois serão recompensados nas suas campanhas. O escândalo da DASLU explicitou que a corrupção é regra no mundo dos negócios capitalistas”.
Retomando a entrevista de Rosângela Lyra, a entrevistadora observa que “a socialite, que é mãe da Carol Celico, ex mulher do jogador Kaká” é hoje a “presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins e personifica o militante que irá as ruas para protestar contra o governo no dia 16 (de agosto de 2015).
Rosângela Lyra, de acordo com a entrevistadora, começou a sde envolver com política na década de 1980, quando trabalhou na PAULISTUR, agência de turismo administrada pelo governo de São Paulo. “Mas foi em 2005, ano da eclosão do mensalão, que ela resolveu tirar o salto e juntar-se ao povo (sic)”.
Ao ser questionada sobre  qual o objetivo pessoal com a manifestação do dia 16, responde Rosângela Lyra que quer uma nova etapa para o Brasil. E segue afirmando que “acabar de vez com a corrupção nós não vamos, mas a gente não pode deixar prosperar um sistema onde a corrupção é quem manda”.
Esta é uma forma exemplar de como a elite da classe dominante lida com a questão da corrupção. Esta faz parte da natureza humana. Como humanos são apenas elas e eles, representantes da elite da classe dominante, não há o que fazer.
O que não é possível é conviver com a corrupção que pode emanar da senzala. Quando está nos limites da Casa Grande, tudo bem – o caso DASLU é emblemático – mas não ultrapasse tais limites.
Ao final da entrevista observa a entrevistada que “Precisamos de uma reforma política. Para mim, o voto distrital puro seria o ideal, Porque se um dos males da corrupção é a campanha, vamos baratear a campanha. Para mim – observa Rosângela – o pior de tudo é a intervenção do Estado no mercado, no nosso dia a dia. Eu defendo um Estado mais liberal e menos participativo. O modelo ideal é o americano. A gente copia tanta coisa deles, por que não copiar algo que está funcionando?”

Os bancos norte americanos que digam o que ocorreria aos banqueiros se o Estado norte americano não assumisse os débitos criados pelas “Bolhas” da crise de 2008 no “Paraíso Perdido ou Encontrado há séculos” pela elite subalterna da classe dominante brasileira, a qual Rosângela  Lyra é certamente uma efetiva representante...

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