quarta-feira, 26 de agosto de 2015




GOEBBELS NEWS


Vejam na página Cesar Nascimento do Facebook o tema GOEBBELS NEWS.

26 DE AGOSTO DE 2015

sexta-feira, 21 de agosto de 2015




QUAL O SIGNIFICADO DE COMBATE À CORRUPÇÃO POR PARTE DA ELITE DAS CLASSES DOMINANTES BRASILEIRAS? OU 'A GOEBBELS NEWS IMPERA TAMBÉM SOBRE A IMPRENSA ESCRITA BRASILEIRA.

21 de agosto de 2015


Há cerca de dois ou três meses atrás, por uma observação feita por meu filho Rodrigo, voltei a ler, ainda que intelectualmente nauseado,  e a comprar as diversas publicações da ala Goebbels News da imprensa escrita brasileira, como as  revistas VEJA, da Editora Abril, ISTO É, da Editora Três, ÉPOCA, da própria Editora Goebbels - desculpem-me - Editora Globo, além da CARTA CAPITAL, da Editora Confiança, de Mino Carta, a única revista que mantinha - e mantém - a meu ver,  uma postura séria dentro do quadro medíocre e "dinheirista" da imprensa quase "marron" brasileira. 

Para entender que esse quadro dos meios de comunicação no Brasil não são exclusivos deste país, li, e recomendo a leitura, do último romance de Umberto Eco, "Zero Hora" bastante elucidativo do que ocorre na mídia de outros países.

Não copiamos da Península Itálica, apenas as Operações do tipo "Mani Pulite" mas também a escola de comunicações do ex primeiro ministro italiano, Berlusconi, com toda sua vocação de retomar, do ponto de vista da Farsa, o que Benito Mussolini representou do ponto de vista da tragédia, ainda que em ambos os casos misturaram-se e misturam-se Tragédia e Farsa.

É sempre interessante lembrarmos que Berlusconi surge no cenário político da Itália como consequência imediata das Operações realizadas pelo Judiciário Italiano nos processos - legítimos e necessários - de combate à corrupção pública e ao entrelaçamento desta ao mundo empresarial privado.

É claro que tenho esperança que a Itália nos sirva de referencial para que a anti corrupção não descambe para as farsas de direita que a todo momento estão à espreita, como hienas diante do cadáver da caça dos leões. O atual presidente da Câmara de Deputados, deputado federal Eduardo Cunha que não nos deixe mentir...

Mas é exatamente em função desse quadro do território de um dos, senão o mais importante berço da denominada Civilização Ocidental, a velha Roma e a Itália, que parece importante refletirmos - em conjunto - com o duplo  título do presente texto.

No início desta semana, li com pouca vontade mas com muito interesse, entrevista realizada por Ludmila Amaral com a – no dizer da própria entrevistadora – “Socialite que se transformou em militante de carteirinha, Rosângela Lyra” a qual, de acordo com a entrevista publicada pela Revista  Isto É de 19 de agosto de 2015, “erguerá a bandeira do combate à corrupção no domingo 16 (de agosto) “ no qual ocorreria a grande manifestação da direita brasileira contra o mandato legal e legítimo da Presidenta Dilma Rousseff, visando um simples e rápido golpe de estado, comandado pelo pupilo predileto atual do ex presidente da República Fernando Henrique Cardoso, o candidato derrotado nas urnas na eleição presidencial de 2014, Senador Aécio Neves.

Rosângela Lyra tem, certamente, uma biografia que lhe garante ser uma representante de primeira linha da elite da classe dominante brasileira. De acordo com a entrevista, a “socialite” foi, durante quase três décadas, a representante da Maison Dior no Brasil.

Esse fato lembrou-me um antigo e – como espera a elite da classe dominante brasileira – episódio a ser esquecido referente ao chamado “Escândalo da DASLU” que envolveu o atual governador de São Paulo e ex candidato a presidência da República Geraldo Alckmin e membros de sua família, como atesta Altamiro Borges em seu blog http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=372

o qual  afirma, em texto postado no dia 13 de outubro de 2006, intitulado A filha de Alckmin e o contrabando na DASLU” que:
“Talvez por sua formação puritana no Opus Dei, o candidato Geraldo Alckmin gosta de se fingir de casto e imaculado. No debate da TV Bandeirantes, ele fez questão de se mostrar “indignado” com a corrupção e criticou o fato de o presidente Lula repetir que “não sabia” dos desvios de conduta no seu governo. “É só perguntar aos seus amigos de 30 anos”, alfinetou o falso moralista num momento de cólera bem ensaiado.

Mas, para ser conseqüente e manter as aparências, Alckmin deveria ter se desculpado em público por ter cortado a fita de inauguração da Daslu, templo de consumo dos ricaços, hoje processada por contrabando, sonegação fiscal e outras crimes. “Eu não sabia”, deveria ter tido. Também poderia pedir desculpas por sua filha, Sophia Alckmin, ter sido gerente de compras nesta loja de contrabandistas. “Eu não sabia”. E ainda deveria explicar porque os diretores da Daslu, sempre acompanhados de sua filha, reuniram-se com o secretário da Fazenda do seu governo, Eduardo Guardia. “Eu não sabia”. Entre uma pregação do Opus Dei e sua agenda de governador, talvez não tenha tido tempo para acompanhar os negócios de sua filha! “
Nesse episódio, de acordo ainda com Altamiro Borges,
 A asquerosa revista Veja chegou a afirmar que a ação da PF era uma jogada do governo Lula para abafar a crise política. O senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, criticou o “revanchismo”. Já o coronel Antônio Carlos Magalhães, assíduo frequentador da loja, chorou ao falar ao telefone com a contraventora detida por algumas horas. E a poderosa Federação das Indústrias de São Paulo convocou um ato de repúdio. 

O líder do PSDB, deputado Alberto Goldman, foi quem explicitou a forma de agir da burguesia. Para ele, “essa prisão pode gerar uma crise econômica. O empresário vai dizer: para que vou investir no Brasil se posso ser preso?”. Ou seja: na concepção tucana, só quem pode ser preso no país é o ladrão de galinha! O empresário que sonega imposto, remete ilegalmente dinheiro ao exterior ou comete outros crimes não pode ser tocado e ainda conta com a ajuda de certos políticos – que depois serão recompensados nas suas campanhas. O escândalo da DASLU explicitou que a corrupção é regra no mundo dos negócios capitalistas”.
Retomando a entrevista de Rosângela Lyra, a entrevistadora observa que “a socialite, que é mãe da Carol Celico, ex mulher do jogador Kaká” é hoje a “presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins e personifica o militante que irá as ruas para protestar contra o governo no dia 16 (de agosto de 2015).
Rosângela Lyra, de acordo com a entrevistadora, começou a sde envolver com política na década de 1980, quando trabalhou na PAULISTUR, agência de turismo administrada pelo governo de São Paulo. “Mas foi em 2005, ano da eclosão do mensalão, que ela resolveu tirar o salto e juntar-se ao povo (sic)”.
Ao ser questionada sobre  qual o objetivo pessoal com a manifestação do dia 16, responde Rosângela Lyra que quer uma nova etapa para o Brasil. E segue afirmando que “acabar de vez com a corrupção nós não vamos, mas a gente não pode deixar prosperar um sistema onde a corrupção é quem manda”.
Esta é uma forma exemplar de como a elite da classe dominante lida com a questão da corrupção. Esta faz parte da natureza humana. Como humanos são apenas elas e eles, representantes da elite da classe dominante, não há o que fazer.
O que não é possível é conviver com a corrupção que pode emanar da senzala. Quando está nos limites da Casa Grande, tudo bem – o caso DASLU é emblemático – mas não ultrapasse tais limites.
Ao final da entrevista observa a entrevistada que “Precisamos de uma reforma política. Para mim, o voto distrital puro seria o ideal, Porque se um dos males da corrupção é a campanha, vamos baratear a campanha. Para mim – observa Rosângela – o pior de tudo é a intervenção do Estado no mercado, no nosso dia a dia. Eu defendo um Estado mais liberal e menos participativo. O modelo ideal é o americano. A gente copia tanta coisa deles, por que não copiar algo que está funcionando?”

Os bancos norte americanos que digam o que ocorreria aos banqueiros se o Estado norte americano não assumisse os débitos criados pelas “Bolhas” da crise de 2008 no “Paraíso Perdido ou Encontrado há séculos” pela elite subalterna da classe dominante brasileira, a qual Rosângela  Lyra é certamente uma efetiva representante...



A” RELES PUBLICA” DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (dezembro de 2012).

NB: Não há erro de citação. Ao intitular o presente texto de “RELES PUBLICA” pretendi dizer exatamente isto.
"Uma coisa é o governo, a coisa pública, outra coisa é a família. A confusão entre seu interesse de família ou seu interesse pessoal com o interesse público leva à corrupção e é o cupim da democracia." (in Folha de São Paulo de 30 de novembro de 2012, no artigo “FHC acusa Lula de confundir interesses públicos e privados” assinado por Daniela Lima de São Paulo)

Se esta frase não tivesse sido dita pelo ex - presidente Fernando Henrique Cardoso, creio que certamente todos aqueles que acreditamos podermos contribuir para a construção de  uma sociedade democrática, igualitária e social, cultural e economicamente desenvolvida no Brasil estaríamos assinando em baixo. Sendo, porém, FHC quem o diz, não nos é possível fazê-lo, uma vez que além de plena de veneno – que o sociólogo que pediu a todos que esquecêssemos o que escreveu antes de ser eleito presidente da República em 1994 – é de um cinismo e de uma amnésia voluntária atroz, própria de um político oligárquico, conservador e sedento de poder, o qual o galgou pisando sobre a cabeça de muitos e roubando ideias e políticas geradas por outros, como sempre o fez Fernando Henrique Cardoso.
Vamos relembrar alguns episódios ocorridos – talvez por coincidências históricas – no decorrer de seus dois mandatos – 1995 – 2002.
1. Episódio Um: A Fazenda de Buriti, MST, Forças Armadas e Aeroporto da Construtora Camargo Correa
A ISTO É – em sua  Edição: 1559 de  18 Agosto de 1999  publica artigo assinado por Mino Pedrosa,  intitulado  “Dona de fazenda vizinha à de FHC, a Camargo Corrêa construiu em 1995 aeroporto que é usado sobretudo pela família do presidente”
Afirma o autor da reportagem  que “o presidente Fernando Henrique Cardoso tem um vizinho no município mineiro de Buritis que todo fazendeiro gostaria de ter. Em vez de avançar a cerca sobre a propriedade alheia, como de hábito no meio rural, a construtora Camargo Corrêa mantém sempre aberta a porteira que separa sua fazenda da gleba presidencial. Quem também mora por ali está acostumado a ver um intenso movimento entre as duas propriedades: pessoas saindo da fazenda Córrego da Ponte, de FHC, entrando na Pontezinha, da Camargo Corrêa, e voltando à Córrego da Ponte. A atração na Pontezinha é uma ampla pista de pouso que costuma receber mais aviões tripulados pela corte do presidente do que jatinhos de uma das maiores empresas do País. "Nunca vi avião nenhum da Camargo Corrêa pousando ali. Mas da família de Fernando Henrique não pára de descer gente", conta o fazendeiro Celito Kock, vizinho de ambos e atento observador do trânsito aéreo na região. A pista particular tem 1.300 metros de comprimento e 20 metros de largura, asfaltados numa grande área descampada. Um estacionamento com capacidade para 20 pequenas aeronaves completa o aeródromo.

A pista, avaliada em R$ 600 mil, começou a ser construída no dia 1º de julho de 1995 e foi concluída em 30 de setembro daquele ano. Apesar de ter os equipamentos necessários para a obra, a Camargo Corrêa encomendou o serviço à Tercon – Terraplanagem e Construções, numa autêntica troca de gentilezas. Meses antes, a Tercon havia conseguido um bom negócio ao ser contratada pela Camargo Corrêa para fazer a ampliação do Aeroporto Internacional de Brasília – empreitada que só terminou anos depois. Com isso, não se furtaria a retribuir o favor. O registro oficial da pista no Departamento de Aviação Civil (DAC) foi feito no dia 23 de outubro de 1995, com a publicação da portaria 175/EM3. Está autorizada a receber aviões do tipo Bandeirantes e Lear-Jets. O engenheiro responsável pela obra, Marcelo Ávidos, elogia a qualidade da pista, discorda das restrições de pouso impostas pela Infraero e garante que o aeródromo está preparado para grandes aeronaves. "Até um Boeing 737 pode aterrissar ali", atesta Ávidos. A fazenda Pontezinha é de propriedade da Agropecuária Jauense, uma subsidiária da Camargo Corrêa, que produz ali milho, feijão e soja. Procurado por ISTOÉ, o diretor administrativo da Jauense, Dorivaldo Ferreira, não foi localizado na semana passada, apesar de haver sido destacado pela empresa para tratar do assunto.

Na região próxima à fazenda do presidente, em Buritis, não há vizinho satisfeito com a presença de FHC por ali. A briga com o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, vem fazendo com que a Secretaria de Transportes do Estado trate com indiferença as esburacadas rodovias que ligam o município aos principais centros de Minas e Goiás. "Essa rixa só nos prejudica. E, além disso, o presidente não ajuda o município para não ser criticado", reclama o secretário de Administração de Buritis, Antônio Eustáquio Caetano.

Dois habitués na pista da Pontezinha são Luciana Cardoso, filha do presidente, e seu marido, Getúlio Vaz, que vão à fazenda de Fernando Henrique sempre que podem. A assessoria de imprensa da Presidência da República informou que FHC usou apenas uma vez a pista da Camargo Corrêa, num dia em que estava difícil voar de helicóptero. Mas confirmou a utilização da pista pelos familiares do presidente. O próprio Fernando Henrique tem ido cada vez menos à propriedade. Quando ainda era senador, ia com muita frequência de Brasília a Buritis, enfrentando de carro 180 quilômetros de estrada esburacada. Tempos em que a fazenda vivia cheia de amigos. As visitas só diminuíram depois que Ruth Cardoso visitou pela primeira vez o local. Ao entrar na casa-grande, a primeira-dama se surpreendeu com um par de botas femininas, para montaria, e um chicote guardados de forma descuidada num dos quartos. A inevitável crise de ciúmes encerrou a temporada de festas.



2        Episódio Dois – As Fraudes da Família Magalhães Pinto no Banco Nacional
Quando iniciei a análise das oligarquias representadas pelos nossos políticos tradicionais brasileiros, (ver Facebook “Cesar Nascimento” e no www. blogoller. com) não destaquei as relações familiares de FHC com, nada mais nada menos do que o iniciador, por parte dos políticos civis brasileiros, do golpe de 1 de abril de 1964, que inaugurou a ditadura que assolou o país entre 1964 e 1985, o então governador de Minas Gerais, o político udenista Magalhães Pinto.
Sua filha, Ana Lúcia Magalhães Pinto casou-se com o filho de FHC, Paulo Henrique Cardoso, o qual, deste modo, tornava-se genro de Magalhães Pinto, principal acionista do Banco Nacional S.A. De acordo com a Wikipedia, fonte sempre fácil de ser acessada na Internet, o político conservador José Magalhães Pinto, multiplicou a sua fortuna após o golpe de 1964, incorporando ao banco que fundara em 1944 (Banco Nacional de Minas Gerais)  mais seis instituições bancárias, criando o Banco Nacional S/A, com sede em Belo Horizonte.
Como bom membro do extinto partido da União Democrática Nacional, a UDN, Magalhães Pinto mantinha a postura de probidade e seriedade na política e nos negócios, quando, de fato, a realidade era bem outra. Mestre de figuras de proa da atual oposição brasileira, com o PSDB de Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Sérgio Guerra, Aécio Neves da Cunha e o DEM de Antônio Carlos Magalhães Neto, do ex senador cassado Demostenes  Torres, de Cesar Maia  entre outras vestais desta nossa pobre Res Pública brasileira, durante os seus últimos dez anos de vida, entre 1986 e 1996, José de Magalhães Pinto, sogro do filho de FHC, Paulo Henrique, e seus filhos Eduardo, Fernando e Marcos de Magalhães Pinto, fraudaram o Banco Central assim como  “como milhões de correntistas que delegavam ao Nacional a administração de seu patrimônio financeiro.  O banco, segundo  a revista Isto É de 16 de agosto de 1999 foi à lona quando sofreu (em novembro de 1996, meses após a morte do patriarca José de Magalhães Pinto,  intervenção do Banco Central. Deixou um rombo de R$ 10 bilhões, quase metade do orçamento anual do Ministério da Saúde, que este ano (1999) foi R$ 19,5 bilhões.”
Segue a reportagem de ISTO É, “esse buraco foi coberto com recursos públicos do Proer - Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional  criado pelo governo FHC por meio da Medida Provisória (MP) número 1.179, de  4 de novembro de 1995 l para salvar os bancos em dificuldades. Rapidamente, no caso do Banco Nacional, apesar das evidentes provas de fraude que o Banco Central constatava, o governo FHC ia em socorro do patrimônio da família de, à época, sua nora. No ano seguinte, o filho de FHC, Paulo Henrique, separa-se de Ana Lúcia Magalhães Pinto.
É interessante que na mesma edição de ISTO É, aponta-se que  “Ana Lúcia Catão de Magalhães Pinto, foi a única entre as pessoas acusadas pelo Ministério Público Federal, do Rio, a obter, ainda no início do processo, um habeas-corpus livrando-a do processo judicial do Caso Nacional. No período em que esteve na lista dos réus, a ex-nora do presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu um tratamento de causar inveja aos outros acusados. Na única vez em que depôs na Polícia Federal, Ana Lúcia foi tratada com pompa e circunstância. No final do depoimento, o delegado Jairo Kulman permitiu que ela saísse por uma porta secreta. A regalia não foi concedida a nenhum dos outros acusados.
Como bem afirma o ex presidente Fernando Henrique Cardoso em 30 de novembro de 2012,
“A confusão entre seu interesse de família ou seu interesse pessoal com o interesse público leva à corrupção e é o cupim da democracia"
o que a lembrança de 1996 do caso do Banco Nacional bem o atesta.
Mas não se pode ficar em um único caso de “coincidências históricas”.


3.      Episódio Três – O “empresário” Paulo Henrique Cardoso
O filho mais velho de Fernando Henrique Cardoso, além de ter sido casado com Ana Lúcia Catão de Magalhães Pinto, participou de uma série de “empreendimentos” dentre os quais sua ligação com a família Magalhães Pinto não foi exceção.
De acordo com a ISTO É, em artigo intitulado “As andanças do filho do presidente”  escrito pela jornalista Cláudia Carneiro,  http://www.terra.com.br/istoegente/35/reportagens/rep_phc.htm
 após sua separação de Ana Lúcia em 1997, Paulo Henrique Cardoso assumiu a direção geral de uma publicação trimestral “Brasil Sempre” produzida e editada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), organização não-governamental carioca ligada a 55 grupos empresariais e que tem como objetivo discutir problemas relacionados ao meio ambiente e à atuação das empresas brasileiras num mundo globalizado.
Mais pomposo que o nome do Conselho é a lista dos conselheiros editoriais da revista, que mais parece a relação dos representantes do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
O CEBDS foi registrado no dia 5 de março de 1997 por 28 líderes empresariais brasileiros, como Antônio Ermínio de Moraes, Benjamin Steinbruch, Eliezer Batista, José Roberto Marinho, Joel Rennó, Jorge Gerdau e Rafael de Almeida Magalhães, com os objetivos de articular a cooperação entre a comunidade empresarial, os governos e a sociedade civil; promover programas educacionais e de capacitação para divulgação dos princípios do desenvolvimento sustentável; e executar projetos e estudos de casos que ilustrem e estimulem o desenvolvimento sustentável. Desde sua criação, o Conselho é vinculado ao World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). “O Paulo Henrique custa pouco para nós”, afirma Félix de Bulhões, presidente do CEBDS.
O mais velho dos três filhos do presidente também trabalhou como conselheiro de algumas empresas. Atilano de Oms Sobrinho, presidente da Inepar – Indústrias Elétricas do Paraná Ltda., convidou-o há dois anos a fazer parte do Conselho de Desenvolvimento Estratégico da empresa, ao lado de nomes notórios como os ex-ministros Aureliano Chaves, Rafael de Almeida Magalhães e Eliezer Batista.
Mas Paulo Henrique já foi alvo de especulações sobre influências paralelas na economia nacional. Concessionária de serviços na área de energia elétrica, há um mês a Inepar foi a beneficiária de uma decisão do governo que causou perplexidade no mercado. Em 24 de fevereiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revogou a licitação pública para concessão da linha de transmissão de energia Tucuruí-Vila do Conde, no Pará. Um mês antes, a Inepar havia perdido a concorrência para o consórcio das empresas Schahin/Alusa.

A Aneel alegou “pioneirismo” da licitação e excesso de recursos ingressados pelos dois consórcios, o que prejudicaria o andamento da obra. A Schahin recorreu à Justiça. “Não sabemos dizer por que a Aneel tomou essa decisão, nossa proposta era a melhor e fomos pegos de surpresa”, afirmou o diretor jurídico da Schahin, Rinaldo Zangirolami. Um alto funcionário da empresa jogou mais lenha na fogueira. “Tivemos informação de que a concorrente contou com ajuda de interlocutores influentes no governo, como Paulo Henrique Cardoso”, disse ele, que não quis se identificar.

“Ter o filho do presidente da República como representante de uma empresa é um lobby maravilhoso”, comenta um parlamentar com negócios na área de construção civil. “Jamais fui lobista e acho inacreditável essa discussão”, irrita-se Paulo Henrique. “É evidente que um empresário do porte de Atilano não precisaria de uma pessoa como eu para chegar ao governo”, completa o primeiro filho.

De acordo com o site “Tudo-em-cima”, em artigo intitulado, Empresa de filho de FHC fica sob o mesmo teto de empresas de fachada de Ricardo Sérgio e Veronica Serra  (15 de dezembro de 2011)

http://tudo-em-cima.blogspot.com.br/2011/12/empresa-de-filho-de-fhc-fica-sob-o.html   “ o filho de Fernando Henrique, Paulo Henrique Cardoso, é dono de 98,6% das ações da Radio Holdings AS, que tem um capital social de 10 mil reais. Recentemente esta “pequena” empresa fez uma estranha aquisição milionária. Comprou por R$ 2,98 milhões – 300 vezes seu capital social – a Rádio Itapema FM, que pertenceu ao grupo Manchete e ao RBS. O negócio fez de Paulo Henrique sócio majoritário (provável laranja) da Walt Disney Company, sob o nome de ABC Venture Corp, localizada no endereço nos estúdios de Burbank, na Califórnia.
Segundo, ainda,
 “Em 2000, dois anos antes de deixar o poder, FHC autorizou financiamento do seu governo à empresa do próprio filho, Paulo Henrique Cardoso, para montar o pavilhão brasileiro na Expo 2000 na Alemanha, na cidade de Hannover. Foram doados pelo governo federal, então, 14 milhões de reais. O Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal chiaram, inclusive. A imprensa, porém, deu algumas raras reportagens sobre o caso e nunca mais tocou no assunto, sobretudo depois que FHC deixou o poder.”
“A confusão entre seu interesse de família ou seu interesse pessoal com o interesse público leva à corrupção e é o cupim da democracia"



4.      Episódio quatro – Luciana Cardoso, funcionária fantasma do Senado Federal

Coluna de Mônica Bergamo, na "Folha", edição de 27 de março de 2009 , revela que Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, trabalha de casa para o senador   Heráclito Fortes (DEM-PI). Ela faz trabalhos pessoais para o senador a distância porque, como disse, "o Senado é uma bagunça".  Em carta ao senador, divulgada em 28.04.2009 no blog do Josias, um mês depois de o caso ter se tornado público, Luciana pediu afastamento da função. Ela escreve: "Não quero que pairem dúvidas sobre seus propósitos nem sobre minha conduta". Seu salário era de aproximadamente R$ 7,6 mil desde 2003.
Há no TCU uma representação em que o representante do Ministério Público no Tribunal, , pede a devolução ao Senado do dinheiro recebido por Luciana
Afirma a filha de Fernando Henrique Cardoso, segundo o mesmo artigo da Folha de São Paulo: "Trabalho mais em casa, na casa do senador. Como faço coisas particulares e aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando. Você já entrou no gabinete do senador? Cabe não, meu filho! É um trem mínimo e a bagunça, eterna. Trabalham lá milhões de pessoas. Mas se o senador ligar agora e falar 'vem aqui', eu vou lá". Luciana ainda falou das horas extras em janeiro, durante o recesso. "Não sei te dizer se eu recebi em janeiro, se não recebi em janeiro. Normalmente, quando o gabinete recebe, eu recebo. Acho que o gabinete recebeu. Se o senador mandar, devolvo [o dinheiro]. Quem manda pra mim é o senador."

http://edsonrodrigues.wordpress.com/2009/03/27/entrevista-com-a-filha-fhc/
FOLHA – E o que ele te pediu nesta semana?
LUCIANA – “Você não acha que eu vou te contar o que eu estou fazendo para o senador! Pensa bem, que eu não nasci ontem! Preste bem atenção: se eu estou te dizendo que são coisas particulares, que eu nem faço lá porque não é pra ficar na boca de todo mundo, eu vou te contar?

publica em 30 de maio de 2009 artigo intitulado STJ mantém suspensa nomeação da filha de FHC no qual noticia que  “Por unanimidade, a segunda turma do STF (Superior Tribunal de Justiça) rejeitou ontem os recursos de Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e de Eduardo Jorge, ex-secretário-geral da Presidência da República, e com isso manteve a decisão anterior, do TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), que suspende a nomeação de Luciana Cardoso para cargo em comissão na Presidência.

O então secretário-geral Eduardo Jorge contratou Luciana Cardoso em 1995 para cargo comissionado no Gabinete da Secretaria-Geral da República. Uma ação popular foi movida para anular a portaria que a nomeara, bem como condená-la "à devolução das parcelas porventura pagas pelos cofres públicos".

No STJ, Luciana alegou que o ato de nomeação foi legal, pois foi feito por autoridade competente e não haveria vínculo direto de parentesco com Luciana. A defesa da filha de FHC também alegou que a ação teria um claro cunho de perseguição política, já que a ação popular foi iniciada por integrantes do diretório do PT (Partido dos Trabalhadores).

Na sua decisão, entretanto, a ministra Eliana Calmon considerou que a decisão do TRF1 analisou a questão do ponto de vista constitucional, razão pela qual o processo não poderia ser conhecido quanto ao mérito no STJ. Calmon citou o seguinte trecho da decisão anterior: "Já que agride abertamente a moralidade o Presidente da República nomear sua própria filha Secretária Geral, busca-se disfarçadamente, nomeá-la de forma oblíqua sob o manto da condição de Secretária Adjunta".

“A confusão entre seu interesse de família ou seu interesse pessoal com o interesse público leva à corrupção e é o cupim da democracia"

PS  No decorrer do ano de 2014, se bem me lembro, o atual pupilo dileto de FHC, Aécio Neves, esteve envolvido em caso semelhante, só que agora com dinheiro do governo do Estado de Minas Gerais, ao construir um campo de pouso dentro de uma propriedade de um de seus tios. Como se vê o cupim da democracia corre solto...




CONVERSAÇÕES PELO WHATSAPP
20 de Julho de 2015
Dia do Amigo

ENVIADO POR MINHA QUERIDA PRIMA CÉLIA  


"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril."

(Fernando Pessoa)



CONVERSAÇÕES PELO WHATSAPP

SOBRE A GOEBBELS NEWS, O PRÊMIO "SUBALTERNIDADE BRASILEIRA" E FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

16 de agosto de 2015

A movimentação de hoje, que de acordo com a Goebbels News e a oposição,  iria mudar os rumos do país,   não  passou de uma passeatazinha pífia.  Só  a Goebbels News é  que já  derrubou  o governo e vai criar o Brasil  a sua - Goebbels News  - imagem  e semelhança.  Se isso fosse real eu ia para o Butão. ..
Para entender-se bem quem é quem nesse momento no Brasil não são os chamamentos para o retorno à ditadura militar o que mais me impressionou mas, sim, a proposta de uma volta à monarquia.  Certamente quem a propõe tem em mente a restauração da escravidão não acha?
Creio que seria interessante que a Goebbels News assumisse essas propostas. ..
Claro que não podemos esquecer que se isto vem ocorrendo hoje deve-se, em muito, a um processo constante na História das  classes  populares: organizam - se como movimentos, tomam consciência que se não disputarem o poder  não transformam  a sociedade e sua situação econômica, social,  cultural.
Articulam - se em partidos, passam a disputar o governo e começam a governar transformando. A partir de certo momento, passam a disputar o poder para manterem - se no poder.  Daí para usar o poder para que as direções partidárias passem a  usá -lo para benefício próprio é um pulinho.  Infelizmente isso valeu  em toda a História das classes subalternas: foi assim  na revolução francesa, na russa, na chinesa e não pode deixar de ocorrer no nosso Brasil...
História que, contudo, não justifica o que estamos vivendo desde 2005 - não  esqueça que Joseph Dirceu é acusado desde lá. ..
Com o Lula já se tinha esse ovo de serpente mas a inteligência do governo controlou. Ao assumir Dilma, desde o primeiro  dos seus governos,  a repetição histórica tornou -se inevitável.

17 de agosto de 2015

Sobre a fala de Fernando Henrique Cardoso na qual  declara  que o 'povo' considera o governo Dilma ilegítimo e que ela deveria ter a 'grandeza' de renunciar vou postar um texto que escrevi há algum tempo atrás no qual compilei algumas das muitas  estrepolias de FHC. ..
Antes de  fechar - me para reforma nós, esquerda democrática, anti barbárie e pela civilização tínhamos uma preponderância nas redes sociais que começamos a perder  para uma direita anti - democrática, bárbara e preconceituosa,  parte por culpa das imbecilidades  que a direção do PT e o grupo palaciano  do governo Dilma desenvolveram  e parte pelo "troco " que o Império do Norte  quer dar pelo "atrevimento " que um dos seus quintais - o Brasil  de Lula e do PT teve em confrontar- se  com ele  e essa corja conhecida como elite da classe dominante brasileira, FHC e PSDB  à frente, respaldada pelos senhores banqueiros - Itaú e Bradesco à frente e a Goebbels News e o capacho da mídia a reboque.
Lembro-me de algumas  fotos que, para mim, são emblemáticas desse processo de subalternidade: uma de FHC tendo atrás dele Bill Clinton todo sorridente, como irmão mais velho dirigindo o irmão caçula e outro, infelizmente mais recente, de Barack Obama caminhando com nossa presidenta Dilma Rousseff pelo corredor da Casa Branca, com um braço em suas costas, quase que em uma ação de proteção.
Por este tipo de comportamento é que uma das coisas que mais me irritam é a propaganda da Petrobras e da Caixa Econômica Federal na Goebbels News.
Estou aguentando, bravamente,  assistir há duas semanas  seguidas as apresentações da Goebbels News de manhã,  de tarde e de noite sem vomitar fisicamente, apenas  intelectualmente. Duas coisas principais me impressionam, não pelo fato,  totalmente previsível,  mas pelo absoluto descaramento de todos os seus apresentadores. Os indigitados, tem verdadeiros orgasmos quando noticiam os piores índices da economia,  a piora da crise política,  os avanços da Lava Jato e cia.
 Ontem, por exemplo,  não conseguiam aguentar o fato das manifestações não terem sido aquilo que teriam querido que tivesse sido  mas, apesar  das evidências das imagens  a fala  fazia jus à sua formação Goebbelsiana. ..
Até  a eleição do FHC, o prêmio “Subalternidade Brasileira” era do General  Juracy "o que é  bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil" Magalhães que lança a pérola quando Ministro das Relações Exteriores de Castello Branco, o ditador número 1.Juracy tornou - se, depois, governador da Bahia  e  criou bem seus descendentes,  hoje lideranças do PSDB baiano  como o deputado federal Jutaí Magalhães.
A partir  do governo FHC  o prêmio "Subalternidade Brasileira" foi dividido entre o FHC, sempre lambendo o Clinton e o seu - do próprio FHC- Ministro da Fazenda Pedro  Malan  que se sujeita a ser revistado pelos meganhas do aeroporto de Washington.  Como prêmio "hors concours " da "Subalternidade Brasileira " coube a  então "primeira dama" Ruth Cardoso  que se verga  diante da rainha Elizabeth da Inglaterra quando em viagem oficial do presidente  Fernando Henrique Cardoso e ela à Inglaterra.  Durante o governo Lula e parte do primeiro governo Dilma Rousseff o prêmio "Subalternidade Brasileira" tornou - se coletivo para as classes médias altas que invadem Miami sentindo - se no melhor dos mundos,  invadindo com dólares a economia norte americana.
Agora,  não há dúvida:  o prêmio "Subalternidade Brasileira " encontra - se nas mãos - quiçá garras - da equipe de jornalistas apresentadores da Goebbels News. Claro que o prêmio coletivo da  Subalternidade Brasileira  continua com o pessoal do PSDB e com  a Classe média alta brasileira.


19 de agosto de 2015

A fala de FHC de segunda feira sobre a "grandeza " da renúncia da presidenta Dilma Rousseff me fez entender muitos dos atos da vida política do próprio FHC.
Entendi,  por exemplo,  porque ele usurpou do presidente Itamar Franco a autoria do Plano Real,  do porquê corrompeu parte do Congresso Nacional para garantir sua reeleição ao invés de fazer o que sugere à Dilma : renunciar a um segundo mandato
As razões são simples e claras: ele não tem a menor ideia do que significa grandeza para ele mesmo: cobra grandeza dos outros para poder realizar todo o tipo de pequenez e baixeza como realizou em sua vida toda.
Por pura e exclusiva arrogância volta ao Brasil em 1968 para concorrer ao concurso de cátedra no departamento de Ciência Política da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, isolando Paula Beiguelman e defendendo uma tese que, anos depois foi considerada um semi plágio de outro autor;
Vai buscar recursos junto à Ford Foundation para montar o CEBRAP,  antecipando sua visão política de Subalternidade aos EUA, como realizou em seus mandatos como Presidente.
Enfim, esse é apenas uma espécie de aperitivo da pequenez desse personagem da Casa Grande brasileira que,  permanentemente, corrói seus cotovelos pela inveja - um dos sinais mais eloquentes  das baixezas de qualquer personagem - que não esconde em relação ao peão da senzala e sua posição - mesmo após os erros que cometeu - de um estadista que FHC nunca conseguiu - e nunca conseguirá atingir em sua  vida e na memória que a História lhe oferecerá...


segunda-feira, 17 de agosto de 2015


UM CONTO FICSTÓRICO FOLHETINESCO
Francisco Carolus Fuentes Fernandes (FC2F)



São Paulo – Salvador – São Paulo
Julho de 2015
Terminado em  12 de agosto de 2015




Preâmbulo aos leitores
O título do presente conto encerra algumas reflexões sobre a História da Literatura. O período histórico no qual ocorrem as ações corresponde a um curto período de 12 horas, referenciando-se aos dias 30 de abril, 1 e 2 de maio. O ano é o de 2150, no século XXII, portanto, 135 anos após o ano de 2015, no qual nos encontramos.
O enredo do conto passa por diversos personagens que se localizam em várias partes do mundo: em Beijing na Ásia; em Brasília e em Lima, na América do Sul; em Washington, na América do Norte e em Roma, na Europa.
Na ficção do ano de 2150, o conto gostaria de assemelhar-se aos folhetins de Science Fiction, desenvolvidos na primeira metade do século XX, como Flash Gordon, desenhado por Alex Raymond,  ou nos romances de Ponson du Terrail e seu personagem, Rocambole, que dá origem ao termo “rocambolesco”.
Nas reflexões e lembranças dos vários personagens do conto, navega-se por fatos históricos, não ficcionais, portanto, ocorridos nos séculos III a. C. e no período Depois de Cristo, nos séculos XIX, XX e XXI. Esta mescla de história e ficção  rebate-nos aos românticos do século XIX e a alguns autores do século XX – Walter Scott, Alexandre Herculano, Alexandre Dumas, Honoré de Balzac, José de Alencar, Gabriel Garcia Marques, Érico Veríssimo, e tantos outros, que fizeram de suas obras verdadeiros folhetins que combinam ficção e História.
Não pretendo, em momento algum, comparar este nosso curto conto com o escrito de qualquer um destes mestres da literatura universal. O que pretendo é apenas fazer este pequeno preâmbulo para que o leitor resolva ler as poucas páginas que se seguem ou abandonar, de imediato, essa leitura.
Tenho que deixar marcado um agradecimento a Lucas Oller o qual observou a importância da Bacia Amazônica como uma das, senão a, maior reserva de água doce do planeta.
Há muitos anos atrás li um pequeno escrito de um escritor nascido nos anos 40 do século passado sobre a relação entre avanços tecnológicos e retrocessos políticos e sociais no mundo, tomando como exemplo o já aqui citado Flash Gordon, desenhado por Alex Raymond, que descreve um mundo estelar extremamente avançado tecnologicamente mas governado por Imperadores, Condes, Duques, Reinos e Impérios, texto este que inspirou o presente.
Uma última observação ao leitor: caso algum / a dos / das personagens a serem aqui descritos / as corresponderem a alguém real, foi essa mesma a vontade do autor.
FC2F - o autor
1.      BEIJING – No aguardo de instalar-se o Império Celestial

Naquela quase madrugada de 30 de abril de 2150, Ho Chin Piao, o todo poderoso Ministro da Paz Celestial, acordou tomado por uma felicidade que, provavelmente, nunca sentira em seus 65 anos de  vida.
Sua felicidade e alegria era totalmente compreensível: afinal de contas, desde seus 20 anos, preparara-se para aquele dia, para aquele momento.
Desde que saíra graduado na Escola de Diplomacia e Relações Internacionais do Império Celestial e engajara-se nos preparativos para fazer de seu país, de seu povo, o país e o povo mais importante do mundo, seu objetivo de vida estava traçado e delineado.
Por esse objetivo abandonara, totalmente, uma vida pessoal: nenhum amor, nenhuma paixão, nenhum filho, nenhum amigo. Todos com quem convivia – conhecia muitos – referenciavam-se  e existiam apenas e exclusivamente em função desse grande objetivo que hoje, na reunião do Comitê Central, às três horas da tarde, seria alcançado.
A totalidade do Partido e do Governo aceitaria que seu Ministério colocasse em ação a Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade, estratégia esta pacientemente tecida até a reunião da tarde daquele 30 de abril.
Esta estratégia foi, de fato, iniciada a partir de 247 a.C. com a ascensão, aos 13 anos de idade, de Ying Jen ao trono do estado ocidental de Chin e sua tomada de poder, aos 34 anos, em 213 a.C., tornando-se Imperador da China, com o nome de Chin Shi Huang Di, qual seja “ o primeiro Deus divino de Chin” (www.google.com.br/#q=primeiro+imperador+da+china).
Lembrava o Ministro da divisão de ações entre o Imperador e seu Primeiro Ministro, Li Si, para consolidarem os Sete Reinos existentes no território chinês em um Império Unificado: o imperador cuidava da guerra e da defesa dos territórios conquistados, enquanto Li Si cuidava da política e da implantação das ideias de uma China forte e una.
Enquanto Chin Shi Huang Di derrotava, pela guerra, seus inimigos internos e cuidava da construção da Grande Muralha da China, Li Si controlava “corações e mentes” tentando expurgar e destruir a história da China até então, queimando bibliotecas inteiras de escrituras em bambu, sobretudo dos grandes filósofos dos diversos reinos do território chinês, conservando apenas os escritos referentes à medicina e a práticas agrícolas (www.google.com.br/#q=primeiro+imperador+da+china).
Como toda estratégia de longo prazo,  inteligente e bem desenhada, sofrera, ao longo dos anos, séculos e milênios uma imensidão de idas e vindas, de sucessos e fracassos, mas sem nunca perder seus objetivos centrais, o de garantir as condições para que o Império Celestial Chinês fizesse com que o conjunto do globo terrestre fosse colocado a seu serviço.
Um dos pontos essenciais que estava possibilitando desencadear a Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade foi a inteligente política, durante a década de 1970,  do presidente Mao Zedong que via, no aumento populacional, um caminho para o engrandecimento do país, tanto econômica quanto socialmente. Seus sucessores inverteram essa política a partir do final dessa década até o início do século XXI.
Felizmente, o presidente eleito no ano de 2013,  Xi Jinping suspende, a partir de sua posse, a Lei de Natalidade implantada no final da década de 1970, pela qual cada casal chinês poderia ter apenas um filho. Revogada a lei, passou-se a permitir que os casais tivessem dois filhos, o que garantiu à China, nesse momento, de contar com uma população de 3 bilhões e, portanto, armar um Exército de 500.000.000 de militares que garantiriam o êxito da Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade.
Refletia, ainda Ho Chin Piao, nesse seu feliz amanhecer, que seria ele o grande condottiere, o principal responsável por colocar toda essa imensa massa de centenas de milhões de mulheres e homens do Exército Vermelho preparados para ocuparem, pelo bem ou pelo mal, o conjunto dos territórios do Planeta Terra.
Só assim, pensava o Ministro, nós, terráqueos, teríamos condições de avançarmos e ocuparmos os demais planetas do sistema solar e, após sua ocupação, começarmos a focar outros sistemas estelares. A partir disto, finalmente, a Paz Celestial, o Império da Paz Celestial estaria instalado no Planeta Terra e estaria pronto para instalar-se no Sistema Solar.
Nesse momento, contudo, deveria preocupar-se, enquanto aguardava as decisões do Comitê Central, de cuja reunião participaria às três da tarde no Salão do Pavão Imperial, dentro da Cidade Proibida, em Beijing, que voltara, nos primeiros anos deste século XXII, a ser a sede do governo do Império Celestial da China, com o tom da conversa a distância que teria com o representante da República Andina e Amazônica do Peru.
O primeiro alvo da Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade era o de garantir o controle, por parte do Império Celestial, das maiores reservas de água doce e de terras de produção de alimentos e de minerais do mundo, concentradas no território do Brasil. Portanto, o primeiro passo dessa Operação visava, via o litoral peruano, adentrar no território brasileiro por meio da ferrovia Bi - oceânica construída e operada por empresas e pessoal chinês.


  
2.       BRASÍLIA – Preparando-se para ter seu território ocupado

A manhã de 30 de abril de 2150 era, certamente, a pior dos 53 anos de Sílvia Luísa Baena de Carvalho, a Ministra das Relações Exteriores e Defesa da República Parlamentar Democrática Popular do Brasil.
Todas as informações vindas de diversas embaixadas brasileiras da Ásia, da Austrália, da Europa, da África e da América do Norte pareciam confirmar a terrível notícia: em Beijing, o Comitê Central do Partido Comunista do Império Celestial da China deveria tomar a decisão, às três horas da tarde, de iniciar sua invasão mundial, em diversas frentes, mobilizando e deslocando um exército nunca antes visto no Planeta: quinhentos milhões de mulheres e homens preparados para ocuparem a Terra em várias frentes, continentes e direções: na Rússia Asiática e Européia e em todos os países do continentes europeu; em todos os países asiáticos direta e indiretamente limítrofes da China, Índia, Afeganistão, Paquistão, Oriente Médio e Oriente Próximo; a Austrália, Nova Zelândia e Polinésia; África Oriental e Ocidental.
Mas o mais preocupante e complicado para a Ministra Sílvia Luísa é que o primeiro país a ser atacado e ocupado pelas tropas dessa Operação seria exatamente o Brasil, por sua condição estratégica de concentras Água doce na Bacia Amazônica e nos seus aquíferos subterrâneos ainda não poluídos, de concentrar minerais estratégicos como ferro, bauxita e outros e por sua posição de Celeiro do mundo.
Para que a Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade fosse bem sucedida, o Império Celestial precisaria garantir o controle do Brasil, de forma a garantir o controle sobre esses elementos fundamentais na logística de sua Operação militar pelo mundo afora.
Ocupado o Brasil, era simples ocupar o restante da América do Sul, a América Central e o México. Ocupada a Muralha do Império Norte Americano, representado pelo cinturão de países localizados na Ásia e na Oceania, todos no Oceano Pacífico, o segundo grande objetivo estratégico da Operação era estrangular o Império Norte Americano, cercando-o por todos os lados.
Essa estratégia, bem ao gosto da elite chinesa, da casta dos mandarins que há mais de três milênios governavam e dirigiam, direta ou indiretamente, o povo chinês, não era mais um jogo de IChing ou de War, mas uma realidade que estava para ser desencadeada em poucas horas.
A terceira frota do Império Celestial, como seus 250 porta aviões, capazes de transportarem centenas de milhares de soldados e oficiais da infantaria e quinhentos aviões, estariam prontos a cruzar o Pacífico na latitude aproximada de 8º sul, desembarcando em território peruano, embarcando nas imensas composições de trens da Ferrovia Bi –Oceânica, na direção da Amazônia e do Centro Oeste brasileiros, o primeiro e, naquele momento, principal objetivo estratégico da Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade.
Ao refletir sobre a situação, mais uma vez a Ministra Baena de Carvalho lembrou, de suas aulas de História sobre o período da então República Federativa do Brasil do triste governo da primeira mulher presidenta da República, Dilma Rousseff a qual, sucedendo a um dos mais importantes presidentes brasileiros, conhecido como Presidente Lula, conseguiu, por erros sucessivos, tornar o Brasil refém tanto dos Estados Unidos quanto da China, posição esta que o país não mais conseguiu superar.
Contrariando a tradição histórica da Política Externa Brasileira, o governo Dilma Rousseff abandonou a inteligente linha de neutralidade e o jogo sutil da diplomacia brasileira de ora reforçar uma, ora outra das potências mundiais que surgiam no contexto do poder mundial.
Assim fora no período entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, na primeira metade do século XX, onde o Ditador Getúlio Vargas jogava com os Aliados, Estados Unidos à frente e com o Eixo, Alemanha na vanguarda, tentando – e obtendo – vantagens para o País.
Mesmo no período do regime de ditadura militar, na segunda metade desse mesmo século, no qual a política dos generais presidentes era francamente americanófila, havia momentos no qual o Brasil posicionava-se contra os interesses do Império Norte Americano, como no posicionamento do Brasil em relação à Política Nuclear, apoiando-se na Alemanha, ou na política de descolonização da África Portuguesa, apoiando e sendo o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, Moçambique e das demais colônias portuguesas.
No início do século XXI, no século passado, portanto, o primeiro operário a tornar-se presidente da República do Brasil, o Presidente Lula, assumiu, em seus dois mandatos, políticas francamente independentes quer em relação ao Império Norte Americano. Articulou-se com a Rússia, China, Índia e África do Sul, constituindo um novo bloco de poder mundial – o BRICS – apoiando as políticas anti – colonialistas e anti – imperialistas nos países da América do Sul, enfrentando economicamente os interesses das grandes corporações norte americanas nas Américas, seja na do Sul, na Central e na do Norte, inclusive dentro do território do próprio Império Norte Americano.
Imperdoável para o Império, contudo, a política desse Presidente assume a ocupação e a exploração do petróleo do Pré – Sal nas águas territoriais brasileiras, cujos limites já tinham sido expandidos durante o governo de um dos generais presidentes.
Coloca a principal empresa estatal brasileira, a PETROBRÁS, a explorar essas bacias petrolíferas no Atlântico Sul, nas costas do Brasil, o que levará a um processo de enfrentamento econômico e político do Império contra os interesses nacionais brasileiros.
Por um erro estratégico da própria política desse Presidente,  reforçado pelas ações voláteis e pouco estratégicas de sua sucessora, o Brasil, na segunda década desse século passado, acaba perdendo tanto sua política tradicional de navegar entre as potências para efetuar políticas econômicas internas subordinadas aos capitais internacionais, particularmente o financeiro, e aos interesses das duas grandes potências em conflito declarado, dentre as quais o Império Celestial parece estar, hoje – 30 de abril de 2150 – garantindo sua preponderância.
Certamente amanhã, dia 1º de maio, não deverá apresentar um futuro de “céu de brigadeiro”, nem para o mundo em geral, nem para o povo brasileiro em particular...



3.       WASHINGTON – Preparando-se para o enfrentamento
Washington começa a ter um clima bastante agradável no início da primavera. Este último dia do mês de abril de 2150 não apresentava um clima muito diferente daquele de anos passados.
Esta manhã, contudo, não era nada agradável para Elizabeth Victoria McDonald Hooper III, a poderosa Secretária de Estado do Governo da Presidente Republicana ligada ao Tea Party, Margareth Clarence Stuart.
Todas as notícias das embaixadas do Império Norte Americano na Ásia, África, Europa, Oceania e América do Sul sinalizavam que a reunião do Comitê Central do Partido Comunista do Império Celestial da China, em Beijing, a ser iniciada às três horas da tarde, horário de Beijing, do dia seguinte,  1º de maio, iria ordenar o início da Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade, colocando o mundo em Estado de Guerra e sendo ocupado pelas centenas de milhões de militares do Exército Vermelho do Império Celestial.
Beth III, como era informalmente conhecida, sabia que essa ofensiva tinha dois objetivos centrais
– ocupar o território brasileiro, para garantir o domínio do Império Celestial Chinês sobre a Bacia Amazônica (principal reserva de água doce do planeta) e sobre os territórios do Cerrado do Brasil, em sua área Centro-Oeste e das terras de sua região sudeste, celeiros de grão do mundo e
- cercar completamente, por todos os lados, do Atlântico ao Pacífico, o território do Império Norte Americano.
Em suas reflexões, Beth III rememorava os acontecimentos históricos ocorridos na segunda metade do século XX, quando um de seus mais famosos antecessores, o Secretário de Estado scholar e intelectual de origem alemã-judaica, Henry Kissinger, iniciara a política de aproximação com a República Popular da China, no período do também – como hoje, Presidente dos Estados Unidos da América ligado ao Partido Republicano, que fora personagem de um grande escândalo na década de 1970, que ficou conhecido historicamente como o escândalo de  Watergate, que o levou a renunciar ao mandato antes de votarem seu “impeachment”, Richard Nixon.
Até que ponto a política traçada por Kissinger e o Grande Timoneiro da Revolução Chinesa, Mao Zedong e seu Primeiro Ministro Zhou En Lai - que fora Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular Chinesa entre 1949, quando da vitória da Revolução Comunista, e 1958 -  foi  positiva para o futuro dos Estados Unidos da América?
Certamente essa política foi uma das principais responsáveis pela ampliação do poder imperial norte americano no mundo na segunda metade do século XX, eliminando não somente o poder da União Soviética mas a própria União Soviética.
A partir do início do século XXI, contudo, o Império Norte Americano passa a ter que confrontar-se com novos atores na ordem mundial que começam a por em cheque a Pax Norte Americana, dentre os quais a então República Popular da China começa a tornar-se o principal e mais perigoso adversário.
No início do século XXI, até países historicamente organizados dentro dos preceitos da Doutrina Monroe – implantada no início do século XIX – a qual rezava “A América para os Americanos” a qual, de fato, correspondia ao princípio da “América para os Americanos – do Norte”, rebelam-se contra tal preceito e  passam a enfrentar o Império Norte Americano.
E Beth III não pensava em Cuba – a qual sem dúvida incomodou o Império Norte Americano por décadas entre 1959 e 2014 – mas sobretudo no Brasil, que na primeira década do século XXI resolvera colocar – na visão dos governantes dos Estados Unidos da América à época – suas “manguinhas de fora” durante o mandato presidencial de um membro da senzala brasileira.
Esse presidente resolveu enfrentar ideias e interesses, menos econômicos e mais políticos e ideológicos  da elite brasileira, os donos da – na expressão de um intelectual brasileiro – Casa Grande e que assumira o papel de um estadista não apenas brasileiro mas defensor das nações dominada no mundo.
Lembrava-se Beth III que, quando estudante, três décadas antes, resolvera entender o papel desse personagem que, rememorava, tinha um apelido que, na língua nativa do Brasil, correspondia a um molusco marítimo, Polvo, Lula, Vieira, não tinha muita certeza.
Lembrou-se que esse líder operário, que fundara um Partido que foi denominado dos Trabalhadores, no final de uma ditadura militar criada – com pleno apoio do governo norte-americano, no início da década de 1960, à época do governo Lyndon Johnson, o qual, como vice- presidente, assumiu o posto de John Kennedy, presidente ligado ao Partido Democrático assim como Johnson, após seu assassinato em 1963.
Beth III lembrou-se, também, em suas leituras sobre aquela época e seus acontecimentos no Brasil, do papel que o então embaixador dos Estados Unidos da América desempenhara na articulação e suporte político e financeiro do golpe militar no Brasil, iniciado, se não lhe falhava a memória de suas leituras, em 1964, 1965.
De suas aulas sobre a História Brasileira, Beth III lembrou-se que esse presidente operário era, muitas vezes, comparado com outro operário que se transformara em presidente da Polônia no final do século XX e que, com o apoio de um papa polonês contribuíra para a derroa dcada da União Soviética.
Suas lembranças, porém, eram a de que o Presidente operário brasileiro com nome de molusco era um social democrata nacionalista que desenvolvera uma política externa completamente independente das orientações dos governos norte americanos, seja de presidentes do Partido Republicano, como George Bush – em cujo mandato ocorre o episódio das Torres Gêmeas em New York e a Guerra do Iraque – seja dos governos do democrata Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
Sua política externa e sua ação social e econômica interna o tinha elevado, ela lembrava-se bem das leituras que fizera, a um dos principais estadistas mundiais na primeira década do século XXI.
Beth III lembrava, também, que a sucessora desse líder, uma ex guerrilheira que optara, nos anos das ditadura militar no Brasil pela luta armada, assume a presidência sem ter a liderança e a capacidade política de seu antecessor.
No decorrer tanto dos dois mandatos do Presidente operário quanto, sobretudo,  nos mandatos de sua sucessora, ocorreram vários escândalos e problemas de malversação de recursos públicos, seja para garantir e manter no poder uma grande aliança partidária em torno do Partido criado pelo Presidente operário, seja por crime comum de corrupção, envolvendo sobretudo grande empresas de capital brasileiro ligadas à Construção Civil Pesada, importantes lideranças políticas seja do governo, seja da oposição e, em particular, uma grande empresa estatal brasileira ligada aos negócios do petróleo.
Esses fatos, articulados e investigados por membros do Judiciários ligados ao principal partido de oposição no Brasil e a um juiz com ligações pessoais ao FBI norte americano, como teria sido aventado à época desses acontecimentos, levaram o Brasil a uma crise política que, rapidamente, transformou-se em uma crise econômica que, em um prazo muito curto, fez o Páis retroceder fortemente em sua posição de destaque no cenário Mundial.
Beth III abandonou suas lembranças de estudante universitária e voltou suas reflexões ao dia de hoje no qual todas as informações levavam a crer que a Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade seria iniciada.
Naturalmente Beth III tinha total consciência que, em História, o SE não existe. Em reflexões sobre ela, contudo, pensar fatos e acontecimentos a partir desse advérbio condicional é um bom exercício para refletir sobre ações e estratégias futuras. Desse modo, a Secretária de Estado iniciou, em suas reflexões, a colocar um variado número de SES.
Por exemplo, SE os Estados Unidos da América, ao invés de colocar-se em confronto com os governos do líder operário de nome de molusco e de sua sucessora, realizando escutas secretas, atacando a política de soberania brasileira sobre a área do Pré-Sal e seu petróleo, de colocar sua força policial interna – o FBI – a serviço de membros do Judiciário Brasileiro contra membros dos Poderes Executivo e Legislativo, de colocar em cheque grandes empresas de capital brasileiro que se expandiram por vários países e continentes, mundo afora, não poderia ter, hoje, quando os chineses atacam, um aliado que contribuiria para que a balança do poder mundial pesasse a favor do Império Celestial da China?
SE a política norte americana não se posicionasse contra a União Soviética, tendo-a como seu Inimigo principal, aproximando-se da República Popular da China a partir de 1970, sem levar em conta que a massa populacional chinesa representa um poder quantitativo assustador para qualquer outro poder nacional do Planeta, a situação deste 30 de abril de 2150 não poderia ser diferente?
SE os Estados Unidos da América não pretendessem garantir seu poder financeiro, não permitindo que outras moedas, senão o dólar, tivesse o poder de circulação e de reserva de valor monetário no mundo, os problemas que a chamada zona do Euro não seria menos grave do que foi permanentemente neste século e meio?
SE os Estados Unidos da América não resolvesse manter sua postura de considerar as Américas, em particular as Américas do Sul e Central como seu quintal (lembrou novamente da Doutrina Monroe do século XIX) no decorrer da primeira metade do século XXI, particularmente impedindo que o Brasil avançasse na direção de tornar-se uma nação de importância mundial - fazendo o que o Império Celestial da China fizera com a Índia, na Ásia, e com a África do Sul, na África – mas mantendo, com auxílio de parcela significativa da classe dominante brasileira seu papel de satélite dos Estados Unidos da América, o dia de hoje não poderia e deveria ser muito diferente?
Novamente nos cenários dos “SES” os Estados Unidos da América não tivessem criado problemas em relação à expansão do Brasil na exploração das reservas petrolíferas do PRÉ – SAL, permitindo  ao Estado brasileiro acumular, no decurso da primeira metade do século XXI, recursos para desenvolver, de acordo com seus interesses nacionais, sua infra -estrutura logística, educacional e social, hoje não estaríamos em uma situação diversa daquela que estaremos nos defrontando?
Caso esses SES ocorressem, talvez os governos brasileiros da segunda década do século XXI não fechassem acordos que permitiriam, aos interesses chineses, construírem uma ferrovia de ligação Pacífico – Atlântico com o traçado que acabou sendo implantado.
Essa ferrovia, iniciada no litoral do Peru, corta a Cordilheira Andina Peruana, atravessando toda a Amazônia peruana no sentido oeste – leste, alcançando a Amazônia brasileira na altura do norte do estado do Acre e cortando todo o cerrado do Brasil, em seus estados do Centro Oeste, até atravessar sua região Sudeste e atingir os portos do Oceano Atlântico.
Por esse traçado, a República Popular da China atingia a Bacia Amazônica - a maior reserva de água doce do planeta Terra – e o Cerrado – o mais importante território de produção de grãos do mundo, por isso denominado seu Celeiro. A utilização dessa ferrovia garantia, tanto na direção do Pacífico, quanto na direção do Atlântico, o escoamento dessa produção e o transporte de água doce particularmente para a China, outros países asiáticos e para os países africanos.
Ao mesmo tempo, esse acordo tri - nacional selado entre Brasil – China e Peru, poderia abrir,  à sanha de conquista que a milenar e quase eterna paciência chinesa apresentava,  os territórios dos dois países sul americanos signatários desse tratado e, a partir deles, toda a América do Sul e a América Central.
Caso as informações sobre a resolução do Comitê Central do Partido Comunista Chinês em ordenar o desencadeamento, na tarde de 1º de maio,  da Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade fossem verídicas, o Império Celestial da China começaria a cumprir seus dois grandes objetivos estratégicos: ocupar o território brasileiro e iniciar o cerco em relação ao território do Império Norte Americano.
Beth III parou suas lembranças sobre os eventos históricos da primeira metade do século XXI e reassumiu a postura pragmática que sempre marcara as ações diplomáticas norte americanas e pediu à sua secretária que a colocasse em comunicação, nessa ordem, com o Ministro da Paz Celestial do Império Celestial Chinês, com o Ministro das Forças Armadas Peruano e com a Ministra de Relações Exteriores e da Defesa do Brasil.
A depender das respostas que obtivesse – se as obtivesse – demandaria fazer uma conferência a quatro vozes para que discutissem o momento mais do que delicado para o presente e o futuro imediato do mundo, que se estava configurando naquele dia 1º de maio primaveril para os Impérios da China e dos Estados Unidos da América e outonal para o Peru e o Brasil...





4.       LIMA – Querendo entender as consequências daquele dia para seu País

Assim como Ho Chin Piao, Silvia Luísa Baena de Carvalho e Elizabeth Mc Donald Hooper III, o Almirante Pablo Atahualpa de Villasverdes Soza, Ministro das Forças Armadas da República Andina e Amazônica do Peru acabara de acordar. E acordara assustado e em pânico pelo pesadelo que, reiteradas vezes, lhe atacara durante toda a noite.
Dessa noite de pesadelos o que mais lhe vinha à consciência era a cena de milhares de vagões de trens ocupados por centenas de milhares de mulheres e homens do Exército Vermelho do Império Celestial Chinês cruzando, a uma velocidade de centenas de quilômetros por hora, o território do Altiplano, da Cordilheira Andina e da Amazônia Peruana em direção à fronteira entre Peru, Bolívia e Brasil, internando-se na Amazônia Brasileira e em todo o território do Cerrado no Centro Oeste daquela nação – até então – amiga e aliada – na direção de sua costa Atlântica.
No dia anterior, 29 de abril, passara o tempo todo tentando entender as explicações do Embaixador do Império Celestial da China, Qi Zen Lai, entremeadas pelas conferências com Ho Chin Piao, o todo poderoso Ministro da Paz Celestial chinês sobre a Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade que a principal aliada do Estado Peruano estaria desencadeando na tarde do dia seguinte, 1º de maio.
As explicações foram entendidas, o que não significou que o Almirante Pablo tenha ficado muito satisfeito com elas, pois naquele momento as ações militares estariam direcionadas contra o território brasileiro, ações estas, contudo, que passavam diretamente pelo território peruano, o que não era nada alvissareiro.
O Ministro Almirante lembrava-se de suas aulas de História das Guerras, de 30 anos atrás, com seus então 18 anos de idade, as quais sempre demonstraram que territórios de passagem de tropas de outras nações acabavam por transformar-se em territórios tão ocupados quanto os das nações objetos principais da ocupação.
Assim ocorrera com a Polônia nas guerras napoleônicas no século XIX contra o Império Czarista da Rússia, com a Bélgica e Holanda no ataque do Exército Alemão Nazista contra a França, na primeira metade do século XX, entre outras tantas que lhe vinham à memória.
Estados fortes, populosos e com tradição guerreira como eram China e Estados Unidos da América podem, rapidamente, transformarem-se de aliados em inimigos mortais para as nações mais fracas, menos populosas e com tradição guerreira próxima a zero.
Naquele momento, a única ação que o Almirante Pablo podia fazer, e que se preparava para fazê-la, era encaminhar, via um de seus oficiais de gabinete de total confiança, um relato sucinto, a ser transmitido de viva voz, das conversas que tivera no dia anterior com os chineses, para seu velho amigo, o Coronel José Antônio de Almeida, adido militar da Embaixada brasileira em Lima, para que este transmitisse o teor da conversa para a Ministra Baena de Carvalho, sobretudo lembrando-a dos acordos bi - laterais secretos assinados em 2035 entre Brasil e Peru, época na qual implantou-se a Ferrovia Bi Oceânica, construída e operada por investidores e operadores chineses.
Além disso, aguardar os acontecimentos da tarde do dia 1º de maio, no horário de Beijing.




5.       VATICANO – Até onde vai o poder da palavra contra o poder das armas em conjunturas críticas

A insônia que permanente e persistentemente acompanhara a trajetória de vida nos últimos 70 anos dos 75 anos de idade do quarto Papa Africano, eleito por seus pares para ocupar o trono de São Pedro no Vaticano, o então Cardeal Domenico Macango, de Adis Abeba, Papa Sabá I, não fora nessa quase madrugada do dia 30 de abril de 2150 muito diferente dos demais dias e noites de sua vida.
A diferença centrava-se no teor das informações que, de todas as partes do mundo afluíam ao Vaticano, referentes ao iminente desencadeamento, por parte do governo do Império Celestial da China, da movimentação de um exército de quinhentos milhões de mulheres e homens, chinesas e chineses, visando ocupar territórios em todos os continentes, tendo dois principais objetivos imediatos: garantir a ocupação do Brasil, onde se localizavam as áreas de maior concentração de água doce e de produção de cereais de nosso planeta Terra e cercar, visando isolar completamente, o território do Império Norte Americano em relação ao resto do Mundo.
Como todo o bom Príncipe da Santa Madre Igreja Apostólica Romana, a inteligência do Cardeal, agora Papa Sabá I, não lhe permitia crer em uma divindade superior qualquer que houvesse criado o Universo e a vida, mas sim na capacidade da Humanidade em criar tal divindade.
Ateu, portanto, Sabá I, contudo, não conseguia entender como que essa Humanidade, capaz de gerar um fantástico mundo na Terra, criando, como a partir da Judéia, um Reino de Deus e a parir da China, um Império Celestial, não conseguira atingir a plenitude da sua sobrevivência básica ou de sua própria Humanidade.
Seguidor dos preceitos introduzidos a partir da Carta Encíclica “Laudato Si” pelo Papado de quase um século e meio antes, do primeiro Papa do Continente Americano, o argentino  Cardeal Bergoglio, de Buenos Aires, jesuíta que adotara o nome de Papa Francisco I, para Sabá I era difícil manter sua fé na Humanidade.
Ainda que acreditasse, e seguia acreditando, que as novas gerações eram sempre melhores do que as anteriores e, se por acaso, a Humanidade conseguisse eliminar a si mesma e ao Planeta Terra, seríamos substituídos por espécies melhores e mais sábias, assistir às permanentes  atrocidades que membros de nossa espécie faziam a nós mesmos, a outras espécies e à Natureza em geral doía-lhe na consciência e em seu coração.
Nesse dia 30 de abril, ter conhecimento da mobilização bélica que objetivava ocupar o território do Planeta por parte do Império Celestial da China o fez baquear física e psiquicamente, lembrando-se de um velho repto que um dos mais ferozes homens de Estado do século XX, Joseph Stalin, o czar do Império Soviético, fizera ao então Papa reinante, o aristocrático e filo fascista Cardeal Príncipe Eugênio Pacelli, Papa Pio XII, ao discutir o Poder do Vaticano, perguntado: “Quantas divisões (militares) tem o Papa?”.
Quando o poder das armas apresenta-se em sua plenitude, em situações críticas como f aquela que estava por ocorrer em poucas horas, qual o valor das palavras, do bom senso, da temperança?
Sabá I sentia-se amordaçado, paralisado, cansado, sem forças físicas ou mentais.
Mas, rapidamente, retomou sua força vital e chamando seu secretário particular pediu que realizasse uma conferência eletrônica com os chefes de Estado do Império Celestial da China, do Império dos Estados Unidos da América, da República Parlamentar Democrática Popular do Brasil e da República Andina e Amazônica do Peru, naquele momento as nações mais diretamente envolvidas no que poderia ser a primeira grande onda de ataque da Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade, a ser desencadeada, por ordem do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, a partir da travessia do território peruano para ocupar o território brasileiro e iniciar o cerco contra o território do Império Norte Americano.
Sabá I resolvera, empiricamente, mais uma vez dentre muitas, testar o poder da palavra do Vaticano contra o poder das prepotentes e arrogantes divisões bélicas do repto stalinista.




6.       BRASÍLIA – Pesquisando arquivos históricos de documentos secretos

Após receber as informações do adido militar da Embaixada do Brasil em Lima, o Coronel Almeida, a Ministra Baena de Carvalho foi em busca dos mais que centenários tratados que consolidavam o projeto de construção da Ferrovia Bi Oceânica entre os portos Peruanos do Pacífico e os portos Brasileiros do  Atlântico, o caminho escolhido pelos estrategistas da então República Popular da China nas primeiras décadas do século XXI.
Era por ela que o Império Celestial Chinês estava na iminência de desencadear a Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade, movimentando um contingente de 75 milhões de chinesas e chineses, membros do Exército Vermelho, que desembarcariam em portos peruanos nas costas do Oceano Pacífico, embarcariam nos trens de alta velocidade operados pela Tanssouthamerican Shangai Railway Inc.,  implantada com recursos, tecnologia e operação chinesa, mais de um século antes, com o objetivo explícito de facilitar a movimentação de cargas e passageiros entre o Oceano Atlântico, os territórios Brasileiro e Peruano e o Oceano Pacifico, atingindo os continentes da África, Oceania e Ásia, em particular os portos da China.
A Ministra Baena de Carvalho fora lembrada de examinar dois documentos secretos assinados pelo Peru, um com a República Popular da China e outro com o Brasil. O primeiro, por uma demonstração de amizade do governo peruano para com o governo brasileiro, foi repassado  ao  Itamaraty, via a Embaixada do Peru em Brasília. O segundo era assinado apenas pelos dois países sul - americanos e não fora nunca – ao menos é o que se esperava – dado conhecer ao governo chinês.
O primeiro desses documentos rezava que a República do Peru abriria tanto seus portos no Pacífico quanto seu território para que os trens, fossem de passageiros, fossem de carga, ou que transportassem funcionários da República Popular da China (aqui o pulo do gato, pensou a Ministra) desde o mar territorial peruano até as fronteiras do Peru com a Bolívia e com o Brasil.
O segundo documento, celebrado de forma ultra confidencial e secreta entre Brasil e Peru facultava a ambos os países, durante a construção da Ferrovia Bi Oceânica, instalarem ao longo do traçado, em território de ambos os países, sistemas de segurança e rastreamento de viagens, particularmente nas regiões andina e amazônica do Peru e em seus portos do Pacífico e nas regiões amazônica e do cerrado brasileiras e em seus portos do Atlântico.
Esses sistemas seriam operados por servidores de ambos os Estados, à revelia e sem conhecimento quer da empresa operadora quer do governo da então República Popular da China.
Este segundo documento originara-se a partir de discussões dentro dos Estados Maiores das Forças Armadas e das Chancelarias de ambos os países, antes e durante o período de negociação e implantação da Ferrovia, de forma confidencial e ultra secreta, uma vez que a experiência que tanto o Brasil quanto o Peru passaram em função das escutas norte americanas em relação a membros dos governos de ambos os países, servira-lhes de lição para que tais articulações se realizassem fora dos circuitos normais das relações entre os dois governos.
O começo dessas conversações estava ligado à lembrança que um dos membros do Ministério de Defesa do Brasil tivera da leitura de um clássico autor da História Militar, o professor britânico John Keegan, da Real Academia Militar da Inglaterra, cujo texto foi utilizado no preâmbulo do tratado secreto como um de seus elementos justificativos.
Afirmava o Professor Keegan que a Guerra da Secessão Norte Americana era considerada como “uma guerra puramente ferroviária, na qual o sucesso do Norte em cortar primeiro as conexões férreas entre o populoso sudeste e o produtivo sudoeste na linha do Mississipi e, depois, dividir o sistema interno do sudeste, tomando a ligação Chattanoogas – Atlanta em 1864, fragmentou seu território em zonas que não tinham auto suficiência econômica e garantir o colapso financeiro da secessão sulista por falta de suprimentos para os exércitos, ainda que, esfarrapados e famintos, eles conseguissem desafiar a União no campo de batalha até o fim”(...)”os exércitos do Norte estavam bem mais alimentados que os do Sul porque seus intendentes controlavam os 50 mil quilômetros de ferrovias norte-americanas existentes em 1860, e continuaram a colocar mais trilhos a cada mês da guerra, na qual uma tarefa primordial dos soldados da União era arrancar cada metro de trilho dos confederados que cruzassem”.
Peru e Brasil, portanto, precisavam precaver-se  exatamente de situações como as que estavam vivendo naquele momento que precedia a quase certa invasão do Império Celestial da China ao Território Sul Americano a parir de ambos os países.



7.       BRASÍLIA – Analisando os Tratados Secretos

A Ministra Baena de Carvalho, por um lado, ficou estarrecida com o que leu nesses documentos secretos. De outro, pela primeira vez naquele dia via uma pálida e longínqua luminosidade no final do Túnel a qual poderia não ser a luz da locomotiva do trem na Ferrovia Bi - Oceânica.
Os tratados secretos, criptografados e só abertos face a presença de um funcionário do Arquivo que era o garantidos das chaves criptográficas,  haviam sido rigorosamente cumpridos no decorrer desse mais de século, entre 2035 e 2150. Por eles, Peru e Brasil comprometiam-se a viabilizar e a garantir a navegabilidade permanente das Hidrovias dos Grandes Cursos de Água da Bacia Hidrográfica Amazônica em ambos os territórios, a qual deveria servir como alternativa à movimentação de cargas e passageiros entre os dois países abrindo o acesso do Atlântico ao Peru, via os portos do Pará  e do Pacífico ao Brasil, via acesso aos portos do rio Solimões e a travessia dos Andes Peruanos.
Um dos artigos do tratado rezava, explicitamente, que no caso da então República Popular da China financiasse e operasse a Ferrovia Bi – Oceânica do Atlântico brasileiro ao Pacífico peruano, os corpos diplomáticos e seus Estados Maiores – quer civis, como seus Conselhos de Estados, quer militares, como os Estados Maiores das quatro armas: Exército, Marinha, Aeronáutica e Interplanetária) comprometiam-se a que seus respectivos governos fossem buscar recursos financeiros junto  instituições de fomento de ambos os Estados ou Internacionais, para a implantação desse sistema Hidroviário bi -oceânico e bi – nacional..
Outro artigo, ainda, rezava que os Estados e seus  respectivos governos,  de ambos os países,  garantiriam que nenhum dos dois grandes Impérios Mundiais, o Norte Americano, consolidado desde o século XX e o Império Celestial da China, que inicia sua consolidação no decorrer das três primeiras décadas do século XXI, teria nenhum tipo de participação no financiamento, implantação, manutenção e operação desse sistema Hidroviário.
Seriam ambos os Estados – Brasil e Peru – os responsáveis diretos pela implantação, manutenção e operação desse sistema com embarcações de bandeiras conjuntas peruanas e brasileiras.
Mas o que mais espantara a Ministra foi o fato de tomar conhecimento que um grupo de engenheiros militares peruanos e brasileiros instalaram sistemas de segurança e rastreamento ao longo do leito da Ferrovia e, o mais espantoso, que implantariam dispositivos que, acionados simultaneamente pelo lado peruano e brasileiro, implodiriam os túneis de travessia dos Andes, de modo a impedir a passagem de qualquer composição ferroviária, obstruindo a ligação férrea entre Peru e Brasil.
Este era o elemento central que a mensagem do Coronel Almeida precisava fazer chegar à Ministra.

8.       SÃO PAULO – A hora e a vez do leitor

O autor chegou aonde pretendia chegar – a montagem do quadro Ficstórico.
A partir daqui deixa à criatividade de cada leitor o fechamento deste Conto. Para orientar o / a leitor /a, o autor indica algumas questões que podem – ou não – serem refletidas e respondidas por eles / elas, tais como:
a)      Na tarde do dia 1º de maio o Comitê Central do Partido Comunista do Império Celestial da China dará a ordem de desencadear a Operação Nuvens de Gafanhotos de Jade contra o Brasil?
b)      O Império Norte Americano conseguirá fazer a interlocução com os principais países envolvidos nesse Conto Ficstórico?
c)       O Papa Sabá I demosntrará que a palavra e o bom senso valem mais do que Múltiplas Divisões Armadas?
d)      Brasil e Peru terão tempo de implodir os túneis de travessia dos Andes antes que os Trens a Transsouthamerican Shangai Railway Inc. embarquem as tropas desembarcadas dos porta aviões e iniciem seu deslocamento em direção ao território brasileiro?
e)      As demais potências como a Rússia. Índia, União Europeia, Japão e o conjunto das demais nações do mundo manter-se-ão caladas frente a esses acontecimentos?

COM A PALAVRA – E A IMAGINAÇÃO – DA  LEITORA /  DO LEITOR